quinta-feira, 7 de maio de 2009

Um Chico entre tantos.




Difícil escolher um Chico entre tantos para ser personagem desta minha postagem....temos inúmeros e com histórias tão fortes. Chico Buarque, Chico Sains, Chico Xavier, Chico César, Chico Lobo, Chico Pinheiro....e por aí vai. Mas hoje vim falar de um outro Chico. Seringueiro, sindicalista, ativista ambiental e agora personagem de um livro infantil.
Estou falando de Francisco Alves Mendes Filho, mais conhecido como Chico Mendes e marcado no cenário nacional e internacional por sua intensa luta pela preservação da
Amazônia.

O nosso Chico ganhou de presente mais uma homenagem, visto que desde de sua morte a história deste grande homem tem sido contada na TV e no cinema, como no documentário documentário "Chico Mendes - Um Povo da Floresta", dirigido pelo Jornalista Edilson Martins, lançado em 1989, onde Chico dá um de seus últimos depoimentos, contando ao mundo a luta dos seringueiros contra o avanço dos fazendeiros pecuaristas na amazônia, explicando a tática de enfrentamento, os empates, em que homens, mulheres e crianças se jogavam na frente dos tratores e das motoserras para evitar o desmatamento. Em 1994 foi lançado pela Warner Brothers associada à produtora HBO PicturesAmazônia em Chamas” e em 2007, Glória Perez escreve Amazônia, de Galvez a Chico Mendes minissérie produzida pela Rede Globo. Desta vez de Ziraldo, que lançará no dia 22 de junho na Biblioteca da Floresta Marina Silva no Acre, o livro "A História de Chiquinho", com desenhos assinados pelo próprio autor e o objetivo de repassar aos jovens as idéias de sustentabilidade e os valores de preservação da natureza que Mendes tanto pregava. O projeto foi idealizado por Elenira Mendes, filha do homenageado e presidente do Instituto Chico Mendes.
Começou a vida cedo. Ao lado de seu pai aprendeu o ofício de seringueiro e só aos 20 aos de idade aprendeu a ler, já que na maioria dos seringais não havia escolas e entre os proprietários destes não havia o mínimo interesse, afinal, um grupo de pessoas ignorantes representa um grupo de pessoas controladas.
Ampliando a idéia podemos citar um lugarzinho chamado Brasil, goverenado pelo Luizinho que usa e abusa das políticas assistencialistas modernas, digo modernas porque na conceituação tradicional este tipo de política é aquela que busca dar um apoio TEMPORARIO ao cidadão para este possa se estabilizar financeiramente e consequentemente socialmente, conseguindo um emprego, se especializando na sua área de trabalho e podendo usufruir de direitos básicos como moradia, saúde e lazer. Já nosso governo petista, Lulinha “ajuda” por tempo indeterminado o indivíduo com seus inúmeros vales-coisas.
Bom, mas voltando ao Chico em questão...foi um dos maiores sindicalistas dos últimos tempos. Iniciou a vida de líder sindical em
1975, como secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasiléia. A partir daí não parou mais, participou ativamente das lutas dos seringueiros para impedir o desmatamento através dos chamados "empates" - manifestações pacíficas em que os seringueiros protegem as árvores com seus próprios corpos. Organizava também várias ações em defesa da posse da terra pelos habitantes nativos. Foi eleito vereador pelo MDB local e utilizava o poder para reunir lideranças sindicais, populares e religiosas na Câmara Municipal, transformando-a em um grande foro de debates, o que culminou nas inúmeras ameaças de morte por parte dos fazendeiros.Acusado de subversão, é submetido a duros interrogatórios. Representantes dos povos da floresta (seringueiros, índios, quilombolas) sua liderança deu á luta dos seringueiros pela preservação do seu modo de vida, grande repercussão nacional e internacional. Com suas idéias inovadoras e seu forte sentimento de união propôs a união dos interesses dos indígenas, seringueiros, castanheiros, pequenos pescadores, quebradeiras de coco babaçu e populações ribeirinhas, através da criação de reservas extrativistas através da "União dos Povos da Floresta".
O preço por tanta determinação foi alto.
Em
22 de dezembro de 1988, Chico Mendes foi assassinado, fato já anunciado publicamente por ele em função de sua intensa luta pela preservação da Amazônia. A justiça brasileira condenou os fazendeiros Darly Alves da Silva e Darcy Alves Ferreira, responsáveis por sua morte, a 19 anos de prisão, em dezembro de 1990. Darly fugiu em fevereiro de 1993 e escondeu-se num assentamento do INCRA, no interior do Pará, chegando mesmo a obter financiamento público do Banco da Amazônia, sob falsa identidade. Só foi recapturado em junho de 1996. A falsidade ideológica rendeu-lhe uma segunda condenação: mais dois anos e oito meses de prisão. Em dezembro de 2007, na mesma semana em que o assassinato de Chico Mendes completava 19 anos, uma decisão da juíza Maha Kouzi Manasfi e Manasfi beneficiou o fazendeiro com a prisão domiciliar até março de 2008. Darly havia sido recolhido ao cárcere de Rio Branco em agosto de 2006, depois de ter sido julgado e condenado em júri popular como mandante do crime.
Atualmente, existem as Unidade de Conservação (UC) de uso sustentável que garantem legalmente a preservação dos recursos naturais, ao mesmo tempo, a manutenção da atividade econômica e a posse coletiva da terra pelas populações tradicionais (seringueiros, castanheiros, babaçueiros, caiçaras etc).

O tempo passou e a nossa sorte é que existem pessoas como Ziraldo, que recontam histórias como a de Chico Mendes...histórias cheias de exemplos de vida, respeito ao ambiente em que vivemos, dignidade...histórias com personagens que não deveriam morrer nunca, mas se por inúmeros motivos não estão mais entre nós, não podem de maneira alguma serem esquecidos.

Vida longa á memória de todos os Chicos...em especial à de Chico Mendes!

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