quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Sim. Nós somos "du Goiá".

O telefone tocou...

- Michelle?

- Fala Marcelão meu filho!

- Tô te ligando pra te fazer um convite, mas tenho quase certeza de que você não vai aceitar. Tá meio em cima da hora.

- Manda aí...tô pronta pra dizer sim.

- O Paulo Ricardo vai cantar em um evento de moda...queria muito que você fosse, sei que é fã do som do cara.

- Oba! Marcelãaaao...claro eu vou.

 Fui...debaixo de chuva...na verdade um chuvisco, que de isco em isco deixa a gente molhado. Dá-lhe um lenção no pescoço, mesmo nesse nosso clima quase “Rio 40 graus”, afinal o Marcelão disse que o traje era “pop”. Que tumulto...quanta gente. Flash, correria, barulho...aquele sem qualquer sombra de dúvidas não era o meu ambiente. 

Avante...estava ali pra conhecer um cara que faz um som digamos da resistência, arranjos como poucos...cito aqui Roger (Ultrage à Rigor), Dinho (Capital Inicial), Bruno (Biquine Cavadão)...entre outros tantos, que mesmo com características um pouco diferentes (Humberto, Nasi, Nando, Arnaldo) soltam um ieieiê digno de silêncio.

Enquanto esperava lá fora...treinava alguma coisa pra falar, algo do tipo ‘Você é massa!” ou “A Cruz e A Espada, que música é essa?” ou “Porque esperou tanto para fazer o Acoust Live?” ou ainda “Cara, você foi um marco para a industria fonográfica brasileira.”...mas de repente quando olhei pra ele....Soltei um “Invejo meu pai que viveu todo o êxtase dos anos 80, quando você estava mais na ativa”.

Mais na ativa? Não acredito!

O fato é que, o que eu realmente queria dizer era que sentia inveja do meu velho pela época, pelas pessoas, pela relação dos jovem com a música e tudo que esta trazia nas suas linhas e entrelinhas, pela resposta na ponta da língua, o tesão escancarado pelas melodias e protestos, a visão que tinha-se dos artistas...artista digno de todo o nosso respeito, 

O que era para ser um evento de moda e boa música...se transformou em uma passarela para acenos, abraços, exposições da própria imagem. Alguns se levantavam, outros se colocavam em frente as luzes de palco...Marconi desfilava com seu balançar de mão e sorriso Monalisa, as lentes apontadas para o início do corredor pareciam querer captura a performance sempre contagiante do cantor, mas só parecia...de repente surgia vinda das cadeiras uma dondoca maravilhada com a presença da imprensa e das amigas e disposta a tudo para roubar a cena. Cena que Paulo entregou de mão beijada...não sei ao certo se pelo constrangimento ou pelo excesso de educação. 

Sabe-se lá!


quarta-feira, 7 de outubro de 2009

O tumtum do tom




João Gilberto que me perdoe, mas quem não gosta de MÚSICA (seja ela cantada, falada, chorada ou apenas solta devagarzinho aos múrmuros)... “Bom sujeito não é... É ruim da cabeça ou é doente do pé”

Pois é, minha gente. É para falar sobre algo que faz parte de momentos ou de uma vida inteirinha que eu me posto a postar boas novas ou velhas que às vezes alguns olhos que passeiam por aqui ainda não tenham visto. A verdade é que uma das minha bandeira nesse espaço será em defesa da música regional. Meu objetivo é fazer cada leitor flertar com vozes, letras e interpretações. Mostrar que temos aqui música da melhor qualidade, intérpretes incríveis... tão ou mais incríveis que os de “fora”.

Existe certa "urgência" em todos os sentidos quando o assunto é a cultura regional, não estou falando das festas tradicionais, festivais conquistados com suor e muito competência... FICA, Canto da Primavera, Perro Loco... entre outros que tem sua importância indiscutivelmente comprovada e infelizmente às vezes injustamente pouco reconhecida.

Conversei na noite de quinta-feira (24/09) com dois recém chegados aos palcos. Sem nome artístico definido, Rodrigo (estudante do ensino médio) e Heleno (professor de música) iniciaram a cantoria em público a pouco tempo e dividem as apresentações entre o Araguaia Shopping e o Estação Goiânia. Com preferência clara pelo Pop Rock e MPB, a dupla não se intimida com a classificação da cidade como “Capital da música sertaneja. “Aqui tem espaço para todo mundo”, afirma Heleno que se diz fortemente influenciado pelo Jazz e que baseia seu apreço pela música na mãe (amante das melodias) e na experiência de 6 anos atrás do microfone.

A história toda começa com uma canja, onde algumas músicas são apresentadas gratuitamente com a autorização do dono do local... se ele gostar, o “bole bole” está garantido. O cantor convidado dá seu preço, que pode ou não ser aceito. Negociação fechada o espaço passa a ser parcialmente do artista, já que este precisa atender á pedidos, coisa vista com certa resistência pelos personagens desta postagem, Heleno e Rodrigo. “Prefiro tocar para pouca gente, assim o repertório fica com a nossa cara”, diz Heleno.

Quando questionados sobre o futuro, deixam claro a NÃO intenção de gravar o trabalho em CD, segundo eles tocam por puro prazer e apostar na música de maneira integral mudaria o rumo das coisas.

Em relação á produção musical regional, ambos tem a mesma opinião: A QUALIDADE É INEGÁVEL. “Temos muita coisa boa, igualmente coisas ruins. Isso é em todo lugar.”, considera Rodrigo, que cita a banda Mr. Gyn como exemplo de um projeto bem sucedido.

Ao contrário de muitos músicos, Rodrigo e Heleno se posicionam de maneira negativa a lei nº 3857, onde todos aqueles que exercem a música como atividade profissional devem ser filiados à Ordem dos Músicos do Brasil (OMB), tendo direito á um importante instrumento de trabalho: a identificação profissional, que na teoria dá ao indivíduo respaldo legal na hora de negociar melhores contratos e reivindicar condições de trabalho mais dignas. A OMB expede 3 tipos de carteiras: músico profissional, músico prático e músico estrangeiro.

Maiores informações sobre a OMB: http://www.ombmg.org.br/ombmgv2/

Mídia (in)dependente

Devo desculpas... mesmo que esfarrapadas. Não coloco a “cara” aqui faz tempo e desta vez não tenho a justificativa da falta dele. A vida ta corrida, a faculdade apertada... mas o pior de tudo é a descrença com a profissão. Acho que é a crise dos primeiros períodos... o “nego” fica naquele vai ou raxa...dá ou desce. É exatamente onde eu me encontro. A vontade de escrever vai se esvaindo... indo...indo...

Ando apática, totalmente sem idéias... ou pelo menos nenhuma que valha á pena o tempo gasto e a expectativa de que alguém passe os olhos por cima das letras, palavras, significados reais. Porque escrever sobre o desastroso governo hilário Inácio se isso não afetará em absolutamente nada a imagem do mesmo perante a massa que absorve passivamente as idéias e alegremente o dinheirinho do bolsa alguma coisa? É o progresso chegando. Um político que é “gente como  gente”, que conhece as dificuldades pelas quais  grande parte da população passa.

Mesmo com a infinita variedade de assuntos, acontecimentos diários que merecem páginas inteiras, o meu blog fica aqui... paralisado. A provável correria da redação me entusiasma, me faz animada com o futuro... mas a fragilidade da ética, a facilidade da venda de espaços em um território construído com base no compromisso com o próximo, seja ela pobre, rico, branco ou amarelo, deixa uma sensação de perca, de arrependimento.

O fator tempo passou a ser o senhor dos jornalistas. Cada vez mais enxutos, os textos ganharam um ar de descompromisso com o leitor, informações superficiais ou profundamente duvidosas se tornaram cada vez mais comuns. Agora os apresentadores de telejornais estão de pé, falam a “língua” do povo, aos berros clamam por justiças. Tudo me parece tão contraditório.

A aliança mídia e governo parece cada vez mais forte.

Lula reduziu os impostos cobrados de 4.000 rádios no interior. Como? Por quê? Como ele é amigo dos meios! Realmente... gente como a gente...homem do povo que se importa com cada brasileiro e brasileira, companheira e companheiro. É por ele que cada estrelinha brilha no peito... de tanta felicidade e orgulho!

Mas... voltando á vida real...

A decisão faz parte da lei eleitoral sancionada por Lula onde o benefício fiscal será dado na forma de ressarcimento a pequenas rádios como compensação pelo tempo que cada uma cede para propagandas partidárias e eleitorais, o que já ocorre com as empresas de radiodifusão de grande porte... tá explicado! Uma faca de dois gumes.

Difícil a imprensa (seja ela grande ou dita pequena) discutir, questionar... virar as costas para uma suposta vantagem. Fica complicado bater no peito e dizer-se veículo independente quando se está no olho do furacão. A sociedade agora fica em segundo plano, a lei que rege a profissão agora é a da concorrência, essa se tornou desleal com a chegada da internet e a briga por um segundo, uma linha... um espaço se transformou em assunto de gente grande.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Salve!


Hoje tô aqui pra mandar um salve.... ou melhor, alguns “salves”.

Um salve para meu amigo Lulinha, que se empenha de maneira ADMIRÁVEL em costurar o apoio do PMDB à candidatura de Dilma Rousseff, se utilizando de meios lícitos e inquestionáveis para fortalecer esses laços de pura amizade e totalmente desprovidos de interesses pessoais.

Falando nisso.... um salve para ela, Dilma Rousseff.

Um salve também para Michel Temer presidente da Câmara e presidente licenciado do PMDB, que diante do empasse aliança PT e PMDB (Bahia e Pará) teve uma idéia fantástica, também denominada solução conciliatória: que no Pará e na Bahia sejam montados dois palanques para Dilma, um do PMDB, outro do PT.
Viva!

Um salve para José Sarney, merecedor de toda a nossa confiança... afirmação essa baseada em fatos que nem preciso citar novamente aqui. Todo mundo já conhece a história de cabo á rabo... rabo este, preso.

Salve para o Dado Dolabela... peça muitíssimo importante para a história do país, justificativa mais do que suficiente para o fato de ele ter tomado preciosos minutos e linhas na mídia nos últimos dias.

Salve para Belchior... que voltou e acabou com a diversão da mídia, nesse jogo de caça ao....sabe-se lá.

Um salve todo especial para Palocci, que depois de tanto disse-que-me-disse, viu o Supremo nada dizer e nem decidir sobre o episódio do caseiro Francenildo e da quebra de sigilo. Disse “todo especial” por que vem acompanhado de sinceros votos de boa sorte (se é que homens público e tão “publicados” como ele precisam disso) para as eleições de 2011.

Um salve pá.... pô....Salve!

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Azeda; Lima; Lina; Doce; Dia; Dilma


A Ministra.
A Secretária.
Muito bafafá.

No mundo da política, que sem nenhum trocadilho é cheio de politicagem, ganha a cada dia um novo escândalo para sua lista. Desta vez as personagens são só palavras. A palavra de uma contra a palavra de outra. Sem agenda, data, prova ou testemunha (pelo menos nenhuma apresentada oficialmente, apesar de uma das partes alegar firmemente que ela exista).

Segundo a ex-secretária da Receita Federal (que passou a ser EX recentemente), a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff teria lhe pedido indiretamente que encerrasse logo o processo de investigação que a Receita realizava nas empresas da família Sarney, o que fazia muito sentido, levando em consideração a importância do apoio do presidente do Senado para as eleições de 2010. Dilma negou.

Agora vamos aos “disse-que-me-disse”.

Ainda com as cortinas levantadas, a ex-secretária continuou firme em suas declarações e disse ter testemunhas do ocorrido, que classificou como incabível e sobre o qual fez relatos que tentaram ser convincentes. "Cheguei no quarto andar do palácio, não tinha ninguém me recebendo. Veio a Erenice Guerra [secretária-executiva da Casa Civil], fui para sala onde estavam duas pessoas e ali fiquei aguardando. Eu não perguntei o nome dessas pessoas. Tomei uma água, um café. Não demorou muito. Dali eu saí e fui para a sala da ministra conduzida pela Erenice. Nós conversamos amenidades. Como foi muito rápido, eu não me lembro dos móveis, ela só me fez esse pedido. Foi simpática", afirmou á Folha on-line.

Tempos depois (muito pouco tempo por sinal) Lina disse que não sentiu qualquer pressão no pedido de Dilma Inácio... opa...digo Dilma Rousseff. Afirmou ter entendido a solicitação como a vontade da ministra em dar um andamento célere, resolver as pendências e encerrar a fiscalização.... coisa que soou um tanto quanto contraditória quando contextualizada, já que logo após “dar com a língua nos dentes” ou como ela mesma prefere afirmar “cumprir o seu papel” (um pouco atrasada não?!) Lina não quis fazer ligações entre o pedido de Dilma e as eleições no Legislativo com a conotação de que o objetivo do governo seria beneficiar Sarney. Em declaração à Folha alegou não se lembrar do dia do encontro e se defendeu em relação à omissão do ocorrido ao ministro Guido Mantega (Fazenda). "Eu não comentei. Eu saí da Receita Federal e disse à minha chefe de gabinete que estava indo à Casa Civil", palavras de Lina.

E quanto á Dilma? Ah... a mestre e doutora, que não interferiu na venda da Varig e não tem nada a ver com o dossiê referente ás despesas de gabinete de Fernando Henrique Cardoso em 2008 produzido e divulgado pela Casa Civil, parece ter a consciência límpida como as águas do meia ponte (tema para outra postagem). Provavelmente deve-se á isso o fato de ela quase não se envolver em nenhum escândalo e a postura tomada por ela no caso da acusação atual, onde ministra mudou a versão dos fatos na última declaração dada aos jornalistas.

Jornalistas! A culpa é deles, que não interpretam declarações, confundem fatos, ignoram denúncias e repassam com total irresponsabilidade e escassez de informações os acontecimentos aos cidadãos. Que os microfones sejam dados aos futuros comunicadores... sem diploma. Neste caso bem que poderíamos eleger para repórter o Mercadante (PT-SP)... ou quem sabe Tasso Jereissati (PSDB-CE). A notícia exalaria imparcialidade.

Em um primeiro momento Dilma negou o encontro e consequentemente o pedido, o que colocou a declaração de Lina em letras garrafais na mídia. Dias depois, o contato teria acontecido, mas o tema Sarney e afins não estariam na pauta.

Pronto, o embate havia começado.
Façamos nossas apostas.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Troca-se por.

Para a maioria, a solução para a atual crise do Senado (que de atual tem somente nosso olhos, que um dia desses decidiram enxergar a situação que se arrasta á tempos) é mesmo a renuncia de Sarney. O problema é encontrar alguém para comandar a Casa e é claro colocar ordem no terreiro.

Os pré-requisitos são muito improváveis em um único cidadão que escolheu a política como profissão, ou passatempo, ou seja lá o que isto representar (ceticismo á parte). O fato é que um candidato suficientemente ético está escasso atualmente. Procura-se o oposto do então dono do pedaço José Sarney, que alegou que a crise pertence ao Senado e não á ele. Mesmo porque as denúncias afetam filhos, netos, noras, genros e afins.

O que dificulta as coisas é o fato da necessidade de alguém imparcial, disposto a cumprimentar de igual forma aliados e oposição... se é que existe alguém que esteja sempre dentro da mesma classificação. Não é fácil ser bem visto, ou pelo menos suportado e não denunciado por algum dos partidos e seus diferentes interesses, PSDB, DEM, PT e PMDB.

Um nome que transita pelos corredores e bocas (boas ou más) entre a classe política é o de Francisco Dornelles, do PP. O senador traz ao longo de sua história cargos importantes e pasmem...nenhum escândalo....pelo menos nenhum da proporção atual.

Nos resta esperar para ver se a cadeira azul comporta outro tipo de político...ou outro tipo de política. Que seja!

quarta-feira, 29 de julho de 2009

E lá ia ela, ela ia.

Ela sempre precisou de um pouco de atenção. Se fazia de forte... mas guardava cada olhar atravessado, cada palavra desentonada...tudo, absolutamente!

Acordava, comia torradas e tomava café... café preto e forte. Aquele que tem um cheiro invasor, quase impositor. Comia apática, sem pensar em nada... apenas comia ouvindo o barulho daquele pão seco se desfazer entre os dentes.
Levantava da mesa, saia de casa... era o primeiro contato com a rua...ainda vazia, ainda com cheiro de chuva, aquele cheiro bom, úmido, calmo. As pessoas apressadas pareciam não notar que ela estava ali.
Passos rápidos, fone nos ouvidos... o samba de Pixinguinha parecia levá-la para outro lugar...um lugar bom onde não havia saudade, solidão, indiferença. Não amava ninguém... mas ouvindo a melodia sentia vontade de alguém especial, uma história que um dia também poderia ser cantada. Na verdade não estava mais ali entre carros e ruas... pensava coisas de outra terra, outro pensamento...parecia de outra pessoa.

E lá ia ela, ela ia. Aquela menina... aparentava assim, com seu tênis batido, calça ganhada há 2 natais passados, cabelo preso com uma fivela antiga, mas preferida entre todas as outras que abarrotavam a caixa de papelão pequena onde eram guardados os adereços quase nunca usados...não era muito vaidosa. As mangas cumpridas barravam o vento frio (aquele que aparece mesmo nas manhãs de verão), impediam o sopro até o braço... braço fino, pulso com aparência de fraco, impedia também a exposição da cicatriz que ganhara nas férias...detestava aquela marca que acendia a curiosidade de todos que a viam...não aguentava repetir a mesma história. Aposta entre primos, ladeira abaixo, buraco no caminho, rosto no chão, pontos no cotovelo, 7.

Trabalhava o dia todo, e no final dele apresava-se, queria chegar na hora para opinar questionar, aprender, aproveitar aquela pessoa parada ali e que já tinha opinado, questionado, aprendido, aproveitado muito. Ia aprender a ser gente ou pelo menos tentar entender toda essa gente que geme, gesticula, acusa, se deleita, aceita.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Vou não vou?!

Sim, eu tenho uma conta no Orkut.
Mas a cada dia que passa me envergonho mais um pouquinho de fazer parte desta classe detestável, descartável, cafona e fútil. Ufa! Pronto... falei.

Uma pessoa que troca companhia, boa música dividida, brinde á vida, discussões sobre os mistérios da mente humana ou sobre qualquer outro assunto totalmente desimportante mesclado de pausas recheadas de significados, pele, olho no olho ou simplesmente silêncio a dois, três, quatro.... por um passeio de carro virtual, cócegas, arco-íris ou um incrível “Vou não vou” pode ser classificada como o que? Tento, tento... mas não consigo encontrar outros adjetivos diferentes destes aí em cima.

Eis que vivemos em um país onde existe liberdade de expressão, onde cada um se expressa da maneira que considera correta ou no mínimo cômoda... mas como em qualquer outro país, território ínfimo, tribo, vilarejo ou aglomerado com um número superior a 2 pessoas e que num futuro formarão um sociedade minimamente organizada, precisamos de pessoas intelectualmente ativas...e quanto mais, melhor. Talvez por isso algumas vozes defendam tão fortemente a idéia do investimento nos jovens... futuras mentes pensantes. Mentes pensantes estas que ultimamente gastam suas tardes distribuindo e recebendo “abraços de urso”?!

Não que eu seja o intelecto em pessoa... longe disso. Muito longe. O que me irrita é o indivíduo não se esforçar, informar, interessar, integrar aos acontecimentos. Ler Veríssimo, Prata... ouvir Vinícius, Pixinguinha...coisa boa! Conhecer autores de esquerda, direita, sem opinião, ainda em análise... formar opinião própria...gastar o tempo com coisas influenciáveis...que fazem ou farão diferença até mesmo na vida daquele amigo virtual tão adorado e essencial para a continuação da vida.

Ainda tenho um pouco de fé na humanidade, na idéia de sociedade, no indivíduo como uma folha em branco que pode ser moldado pelas pessoas de bem e que pode se transformar em um jovem livre de obrigações tão desnecessárias, sem o comprometimento de mostrar pro mundo o quanto é bem relacionado, bem sucedido, indispensável para este ou aquele... para isto ou aquilo.

Li na Super Interessante deste mês (quase mês passado... já tem uma nova nas bancas) uma matéria sobre Susan Barry, uma neurologista que enxergava tudo em 2D. Fiquei pensando enquanto jogava minhas idéias aqui...quantas pessoas enxergam apenas o que querem da maneira como querem?

A Susan educou o olhar, aos poucos as coisas foram ganhando espessura.Em todos os lugares há idiotas... idiotas que se recusam a abrir os olhos, aprender a olhar e enxergar...deixar que aos poucos as coisas ganhem sentido.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

A "canoinha" de Bernardes.

Henrique Dias Bernardes, na terceira fila à direita, no casamento da filha de Agaciel.

Henrique Dias Bernardes é personagem de um fato pouco comum no Brasil: a contratação de familiares ou pessoas próximas para cargos públicos. O que eu não entendi é porque a mídia e as pessoas se indignaram tanto. O natural não seria pensar como o próprio Henrique, que em declaração afirmou ser bom para o Senado ter um funcionário como ele? Também.. pudera! Uma pessoa que trabalha oito horas diárias e não demonstra constrangimento com a divulgação dos áudios da Polícia Federal que indicariam o envolvimento de Sarney na contratação, deve ter a consciência leve como uma pluma e merece todo o nosso respeito. Afinal, é um trabalhador como outro qualquer... e “faz seu trabalho direitinho” (palavras do médico Paulo Ramalho, diretor da SAMS)

"Todos os parlamentares têm direito a cargos comissionados. São para pessoas de confiança. Não tenho parentesco com ninguém. Nem de terceiro grau. Não há ato ilícito nenhum", disse em entrevista à Folha Online. 

Dias afirma que não vê ilegalidade na interferência de Sarney em sua entrada (que aconteceu por ato SECRETO) na Casa Legislativa, onde foi nomeado para um cargo na Diretoria Geral, e logo depois transferido para a área administrativa no serviço médico do Senado. Trabalha na direção da SAMS (Secretaria de Assistência Médica e Social do Senado). 

O currículo do moço faz bonito, formado em física e pós-graduado em contabilidade e economia na UNB (Universidade de Brasília), Dias tem uma carta na manga quando afirma que é gabaritado para função... o que não envolve caráter e ética profissional, é claro.

A coisa que já estava “preta” para o lado do presidente do Senado anda um pouco mais cinza por causa da descoberta. Sarney teria negociado a contratação do genro (ah...por uma feliz coincidência Henrique namora a neta do peemedebista. Será que para ela também é bom ter um namorado como ele?)

Dias pode sentir-se confortável, já que não estará sozinho quando a canoa virar...

A canoa virou, quem deixou ela virar, foi por causa do Sarney...que não soube diferenciar o Senado de seu pomposo Maranhão.

Bom ...mas voltando á canoinha de Bernardes...com ele se arriscam também os 218 funcionários identificados pela comissão que foi criada por Sarney para analisar a anulação dos atos secretos. A expectativa... EU DISSE EXPECTATIVA (não nos animemos!) é de que eles sejam exonerados em até 20 dias, quando termina o prazo para que a comissão conclua os trabalhos.

Pessoas próximas á Bernardes alegam que o namoro chegou ao fim. No entanto ele ainda tem chances de entrar para a família...se as acusações foram verdadeiras, Henrique terá sido realmente aceito na família dos políticos injustiçados, da qual Sarney faz parte á tempos.

“Maria vai com as outras”.

Engraçado como a mídia é “Maria vai com as outras”.
Tirei essa expressão do fundo do baú. A expressão “Maria vai com as outras” era usada para caracterizar pessoas sem opinião. Substantivo próprio feminino singular. Acontece alguma coisa e a danada só fala daquilo, é uma competição de textos, agilidade de informações (sejam elas, falsas ou verdadeiras), leitores e leituras. A verdade é que para o leitor (falo como uma) fica maçante a mesma história todos os dias.

Gripe Suína, Air France e Sarney.
Lula com Collor, corrupção, aceitação... tá eleito. Fulano com cicrano, trambique, desrespeito... tá aceito. Admiro a capacidade de dizer sim, deixar-se enganar, se levar pela opinião do outro. Nada mudou. As oligarquias são as mesmas... ontem os pais, hoje os filhos...

As meninas... nossas meninas que deveriam exalar inocência iniciam cada vez mais cedo a visa sexual, as mulheres estão cada dia mais magras para acompanhar as pautas das revistas femininas: “Mulher bonita tem que ser magra.” Os homens modernos ficam aí...sentados na frente da televisão apenas absorvendo tudo o que ouvem...sem ao menos pensar naquilo o que está sendo dito...O crack que traz tanta autoconfiança e um mundo irreal é distribuído com uma facilidade inacreditável.

Meninos... homens. O que falta é foco no indivíduo, pois é ele o personagem principal da sociedade. Falta interesse de mudança, mangas arregaçadas e passo forte, pulso forte... um pulso que pulsa pelo o que é correto, um “companheiro” que sonhe dentro de seus limites, uma gente que se respeite e aja para o benefício comum...ou pelo menos da maioria. Aqui falta presidente, povo, opinião... faltam tantas coisas importantes. Falta uma explicação sobre o motivo pelo qual todas as desimportantes são tão divulgadas.

“Da luta não me retiro
Me atiro do alto e que me atirem no peito
Da luta não me retiro...”

terça-feira, 21 de julho de 2009

Finda-se hoje. Será?

Chegou ao fim na tarde de ontem a greve da Polícia Civil do estado de Goiás.
Durante estes quase 30 dias (29 dias para ser mais específica) tentei acompanhar os acontecimentos. Li jornais, me prendi às reportagens televisivas e notas de rádio....a opinião da maioria era quase unânime e desfavorável á decisão, mesmo com toda a força e certa razão das reivindicações: reajuste salarial de 34%, melhoria das condições de trabalho e fim do déficit de pessoal, que segundo os policiais, chega a três mil profissionais.

No regime democrático, o cidadão tem direito de exigir o que quiser, com toda a sua esplêndida liberdade de expressão... o que os grevistas esqueceram era que entre eles e o governo existe um aglomerado de pessoas, ao qual damos o nome de sociedade e que dependem da segurança, classificada como pré-requisito na vida em convivência com o outro. 

A situação ia de mal á pior, as delegacias e Ciops passaram a registrar apenas crimes hediondos, como assassinatos, estupros e flagrantes e apenas 30% dos policiais continuavam na ativa.

Às vésperas de completar um mês, a paralização deu sinal de trégua no dia de ontem. Em reunião com o secretário de Segurança Pública do Estado, Ernesto Roller, o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Goiás (Sinpol-GO), Silveira Alves de Moura mostrou-se animado e confiante na SUPOSIÇÃO de uma proposta que beneficiasse ambos os lados. Os ares já estão mais leves, já que no início a SSP-GO nem ao menos se pronunciou, mantendo sua postura a respeito da greve.

Revolta dos policiais. Apatia do Estado.
E nós? Nós... cidadãos pagadores de impostos, personagens passivos com falas apenas concordantes ficamos aqui...anônimos e mortais, sem voz nem veículo para nos representar. Ficamos na platéia, sem qualquer chance de interferência ou opinião... ficamos aqui...esse é o papel da sociedade ou pelo menos, papel dos meros mortais. Alguém discorda?
Uma conversa, acordo, pressão... ou simples tentativa de acerto com policias ativos está fora de questão. Um problema público não se resolve assim... não com vontade de definição, ação ou pressa. A determinação vem com calma... não há espaço para titubeios.

Depois do início no dia 23 de março, a decisão da 2ª Vara de Fazenda Pública de Goiás que julgou ilegal o movimento e forçou os assalariados (é... assim como eu e você) a voltar às atividades e um recurso deferido em 2ª Instância pela Turma de Desembargadores do Tribunal de Justiça do estado (TJGO) que garantiu a retomada da paralisação, finda-se hoje...provisoriamente....a greve. Parece uma novela!

E foi assim que chegamos à este ponto. 
Não me lembro de ter estudado um período na história do país onde os interesses de todos eram levados em consideração... ou pelo menos lembrados.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

"Bom moço".


"Afirmo que o governo Lula é o mais corrupto de nossa história nacional. Corrupção tanto mais nefasta por servir à compra de congressistas, à politização da Polícia Federal e das agências reguladoras, ao achincalhamento dos partidos políticos e à tentativa de dobrar qualquer instituição do Estado capaz de se contrapor a seus desmandos", palavras de Mangabeira Unger sobre o governo Lula em 2005.

Tá...até aí tudo certo. O que não falta no país são críticos ao governo do nosso Lulinha, já que nem com todas suas ações assistencialistas, discurso emocionante à favor do povo, amizade íntima e verdadeira com líderes da América Latina e forte relação com empresários, conseguiu agradar à gregos e troianos...ou melhor, á dominantes e dominados. O que não encaixa é o fato de este mesmo Mangabeira declarante em 2005, tempos depois ter aceitado o cargo de ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos do Brasil... pasmem... do governo Lula, aquele que ocupava o topo do ranking da história da corrupção nacional...Urger tenha o dito.

O Plano Amazônia Sustentável (PAS) passou a ser coordenado por ele, o que resultou na demissão (seguida de renúncia) da senadora Marina Silva e em muito bafáfá. O poder da última palavra (pelo menos nos assuntos relacionados à nossa florestinha) veio acompanhado por fortes declarações...muitas sem relação direta com o PAS, direcionando o homem Mangabera para o social e político. O ministro já vinha de uma longa história política, passando pelo regime militar quando atuou no antigo MDB, por Leonel Brizola e Ciro Gomes com quem participou das eleições presidenciais.

Urger tem em seu discurso a busca incessante por uma alternativa que interrompa a transferência assustadora de riqueza das mãos de trabalhadores e produtores para os bolsos de rentistas... mas já avisa, SEM QUALQUER HIPÓTESE DE UMA POLÍTICA ASSISTENCIALISTA. Afirma e reafirma a fusão entre política externa e interna, e defende a importância da diplomacia no Brasil.

Agora o presidente anuncia a saída do ministro, que precisará deixar o governo para retomar sua função de professor na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos (pelo menos foi o dito). Mangabeira deixa o cargo ratificando a não existência de problemas políticos ou programáticos em sua relação com o presidente e com o governo.

No país de “nação rebelde”, ainda existe uma democracia vibrante e fomentada na unidade nacional. Palavra de ministro.... ou será SÓ NA CABEÇA DO MINISTRO?!

Bem... parece um bom moço, um tanto quanto cheio de ilusões.
Vá pela sombra Mangabeira.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Eu gosto.


Quem sou eu para definir o que é bom ou ruim?
Falar de Legião, Cazuza, Vanessa da Mata....sou apenas uma metamorfose ambulante que escuta Raul de vez em quando. 
Mas como isso daqui é um blog, falo imparcialmente... escuto MÚSICA, com M maiúsculo.Ouço Marisa, Marina, Paula e Adriana. Bruno com seu Biquine, Camelo com seus Hermanos, Paralamas com todo seu merecido Sucesso.

Semana passada ganhei um cd com canções de Noel Rosa... um poeta!
Samba me acalma, me leva para longe...e Noel me encanta em especial.


“Até amanhã se Deus quiser 
Se não chover, eu volto pra te ver...”

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Entre fiéis e infiéis.

Acabou o semestre. O que significa? Significa que vou ter tempo para fazer uma das coisas que mais gosto, ir ao cinema. O cinema está na lista das minhas paixões, disputa espaço com livros e música. Por falar em música, nos dias 03, 04 e 05 de julho acontece em Brasília o Festival de Inverno da cidade, que conta com o vozeirão de Bruno Gouveia e o saudosismo de Ultrage a rigor... isso já basta. Mas isso é assunto para outra postagem.
Voltando ao cinema... neste caso minha casa mesmo. No fim de semana assisti a um filme que recomendo, apesar de suas falhas já esperadas.

Lançado em 2008, Rede de Mentiras mistura espionagem e ação. O filme é baseado no romance homônimo de David Ignatius, jornalista que cobriu a CIA e as ações no Oriente Médio durante dez anos para o Wall Street Journal. 
O longa aborda a tensa relação existente dentro do Oriente Médio... seu pensamento extremista, a visão da fragilidade do inimigo, o modo arcaico e eficiente como seus planos e informações são repassados e o objetivo já tão difundido pelo mundo: vingança.

Vale à pena tirar um pedacinho do fim de semana para assistir á trama hollywoodiana. Excelentes atuações e visões do ser humano, demasiadamente humano, com crenças, valores e interpretações da vida diferentes. 
Entre fiéis e infiéis.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Bandeira Branca

A 1ª Delegacia de Polícia de Valparaíso (GO) virou notícia nesta última sexta-feira (26/06), o que infelizmente não foi motivo de orgulho para a população do município. A Polícia Civil decidiu levantar bandeira branca propondo um tipo de trégua. A dificuldade estava na escolha do grupo para a tentativa de entendimento: bandidos ou Estado? 

A classe decidiu entrar em greve devido a falta de manutenção nos equipamentos, não contratações de agentes, escrivões e delegados, além da precária estrutura de trabalho. A justificativa para novas contratações vem de dados apresentados 
pelo Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Goiás. Atuam no Estado, 30% do efetivo de policiais, atendendo apenas aos casos mais graves, como mortes violentas. Nenhum pronunciamento dos poderosos, o que “obrigou” os polícias a optarem por um plano B.

Propuseram combinação aos bandidos, como se fosse justo entrar em um acordo com alguém que mesmo conhecendo as leis do país, o certo e errado, constitucional e moralmente (DEFINIÇÃO IMPOSTA PELA SOCIEDADE) falando, ainda se porta de maneira egoísta e desrespeitosa com o outro, ultrapassando limites e tomando para si objetos e vidas. O apelo foi feito por um agente da delegacia, que em entrevista á TV Brasília, pediu aos meliantes que parassem de cometer delitos no Estado de Goiás, já que a polícia não tem condições de atender a toda a população com a atual estrutura.

Sim, sim, sim. Assim que houver uma melhora de infra-estrutura, os bandidos podem arregaçar as mangar e voltar á sua rotina normal de atitudes ilícitas. Tudo com aval dos governantes que tão bravamente assumiram as rédeas da situação.  

O certo é que bandidos e Estado ás vezes parecem estar no mesmo barco, o daqueles que não se interessa pela melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. Segurança é direito de todo e qualquer indivíduo, tem que ser cobrada e valorizada. 

http://www.dzai.com.br/correioweb2/video/playvideo?tv_vid_id=53907

O colorido da vida


Terminei hoje meu trabalho de fotografia... último do semestre. Ufa!
Bom... já havia comentado aqui há algumas postagens atrás sobre este trabalho. Tentei fazer sobre diversos temas... me emocionei, fugi de garotos de rua, perdi filmes e filmes...mas isso é outro assunto.O tema final foi a terceira idade... ou melhor idade, denominação que ficou comum na publicidade, já que para ela, tudo o que pode vir a dar lucro se torna melhor, maior...

Falo deles, que estão em uma fase contraditória da jornada. 
Eles são o colorido da vida, são só olhos, histórias e sonhos.

Falo dos idosos, em específico daqueles que foram deixados de lado pela família, pela sociedade e às vezes até por eles mesmos. Falo de seres já construídos, cheios de idéias e ideais e que correm sérios riscos... risco de serem esquecidos e substituídos pelo indivíduo de valores atuais. Falo de homens, de mulheres, de cidadãos com direitos e deveres, com necessidades, vontades e experiências incríveis. Falo de desrespeito. 

Para quase todos os indivíduos deixados em abrigos, a condição de fragilidade resulta da dependência exagerada, da necessidade do outro às vezes até emocionalmente, da perda da autonomia, inclusive do poder de decisão. Conhecem seus direitos e deveres, seu espaço, o espaço do outro, a forma como tratar o próximo e a coragem para impor o modo como se quer ser tratado, o que não conhecem ainda é uma maneira de se fazer ouvir, de ganhar atenção. Sua presença participativa, cooperativa e operativa é ignorada, não há convívio familiar, não há espaço para partilhar, realmente... segundo muitos, chega-se ao fim da vida.

O problema do abandono escancara-se a cada dia e traz como conseqüência a banalização deste “deixar de lado”. Tudo o que antes importava já não representa nada, tudo aquilo que era assustador, causava embriaguez na alma e dor forte na consciência, agora encontra-se sem sentido, tudo o que poderia vibrar calou-se numa espera infinita, toda a velhice na teoria respeitada desapareceu e o idoso de hoje ficou invisível. O fantasma pede socorro num grito abafado e indecifrável, não com palavras ou revoltas exteriores, mas mutilando-se devagar, dia após dia, sem saber ao certo o valor da vida construída ao longo dos anos..

“Há quem fale que a vida da gente
É um nada no mundo
É uma gota, é um tempo
Que finda num segundo,
Há quem fale que é um divino
Mistério profundo
É o sopro do criador
Numa atitude repleta de amor”

Gonzaguinha ETERNO!!

A Casa do Idoso (INSTITUIÇÃO QUE VISITEI) foi criada devido ao não enquadramento de perfil de algumas pessoas que se encontravam na chamada terceira idade ao programa Mutirão da Moradia. O idoso permanece na casa enquanto conseguir cuidar de si mesmo, quando fica impossibilitado de realizar atividades básicas é transferido para outro abrigo. O projeto foi o primeiro no estado de Goiás, voltado exclusivamente para idosos acima de 55 anos provenientes de famílias de baixo poder aquisitivo. Trata-se de uma instituição asilar, de caráter público, aberta, de médio porte, que se situa na região Noroeste de Goiânia (Vila Mutirão) e oferece cuidados diários as pessoas que residem no local, em dois regimes de atendimento: o domiciliar e o hospitalar. Possui 30 casas de pequeno porte com capacidade para 02 pessoas.
Justiça seja feita ao governo do Estado, que de vez em quando acerta em cheio.

O envelhecimento é um processo lento, e tem como característica a perda progressiva da participação ativa no processo social, da possibilidade de adaptação a certas situações e realidades. Em muitos casos perde-se o vigor e às vezes a vontade de estar interado, relacionar-se, estabelecer objetivos.

Envelhecer é alcançar um patamar na vida, cuja imagem passa a ser digna de um respeito especial, diferente do dado (ou pelo menos que deveria ser dado) aos cidadãos mais jovens. Nesta fase da vida, o indivíduo possui um conhecimento extraordinário, conhecimento do outro, de si, das dificuldades que para diferentes olhos parecem o fim... conhecimento da vida. Assim, para se encontrar durante esta fase tão deixada de lado, é preciso posicionar-se ativamente, criar novos papéis, ocupações, atividades e relacionamentos sociais. Os altos índices de crescimento da população idosa mostram a grande necessidade de uma mobilização social de caráter preventivo, ratificando a importância do idoso como ser humano, inclusive com todas as limitações inerentes a sua idade. É imprescindível a integração entre todas as idades, com o que cada uma delas tem á oferecer.

Bela idade!
Sim, bela idade... descobri em minha visita a Casa dos Idosos que existe um mundo novo quando se entra na chamada terceira idade.  
Trata-se de pessoas que se encaram no espelho e enxergam o melhor da vida, histórias, saudosismo, lágrimas e risadas. Descendentes, amigos, amores... uma estrada feita de pessoas e passagens inesquecíveis. Mágoas... muitas mágoas, mas também vitórias vividas, vitórias compartilhadas...cheiro de avó que ganha-se com o passar do tempo e que fica impregnado mesmo sem netos.

Não é bonito ou fácil envelhecer.
O ritmo diminui, a exclusão de alguns grupos é inevitável, chega o cansaço, a indisposição, o peso de uma vida inteira não consegue mais ficar debaixo do sorriso. Mas também chega aquele jeito manso de falar, paciência interminável de ouvir... passos curtos, longas conversas. 

Pura contradição!

quarta-feira, 24 de junho de 2009

“Pouca conversa e muita ação!”


Quando eu era criança minha mãe sempre dizia na hora das refeições: “Pouca conversa e muita ação!”. Achava engraçado, aquela mulher tão pequenininha com um semblante fechado pedindo silêncio... aquela era uma hora sagrada. Hoje ela já desistiu... somos três filhos e muitas histórias.

Involuntariamente levei isso por toda minha vida, e passei a separar situações onde eu achava que cabia pouca conversa e muita ação... trabalho, escola, faculdade, meus direitos e deveres...levei as coisas muito á sério e me decepcionei quando me deparava com injustiça e pessoas paradas. 
Blábláblá pra cá, nhenhenhe pra lá... e nada de colocar a mão na massa. 

Hoje li no site do Correio um exemplo de “muita ação” bem sucedido.
 
A classe estudantil do DF está um passo à nossa frente.

Nasci e sempre morei em Goiânia e não me lembro de nenhuma manifestação de verdade... tô falando de organização, de objetivo comum à todos, do pessoal vestindo a camisa. Abaixo a arruaça, aos protestos cheios de ação e pobres de razão, aos jovens imaturos e sem causa como os que protestaram contra o aumento do preço da passagem tempos atrás. 

Foi aprovado nesta terça-feira (23/6) na Câmara Legislativa o projeto de lei 1.245/09, de autoria do Executivo, que garante o direito ao passe estudantil integralmente custeado pelo governo local, benefício estendido aos alunos de todos os níveis -- estágios, pós-graduação e pré-vestibulares -- além da inclusão dos sistemas de metrô e micro-ônibus. A iniciativa recebeu voto favorável dos 21 deputados distritais presentes na Casa e, agora, segue para a sanção do governador José Roberto Arruda para entrar em vigência.

Um dos pré-requisitos para usufruir da boa notícia, é morar ou trabalhar a mais de 1km da unidade de ensino onde se está matriculado...se assim for, o estudante pode “correr para o abraço” (expressão usada por muitos jovens, que ainda não sabem o que é correr para a ação... com razão) 

Fonte: http://www.correioweb.com.br/ (Noelle Oliveira)

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Diplomas ao vento!



17/06/2009 - 20h44
Para ANJ, decisão do STF sobre diploma de jornalista consagra o que já acontece na prática
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MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília

O fim da obrigatoriedade do diploma para jornalista, determinado hoje pelo STF (Supremo Tribunal Federal) com 8 votos a 1, ser bem recebido pela ANJ (Associação Nacional dos Jornais) literalmente é o fim... o fim do mundo! A Associação está certa quando afirma que o Supremo apenas oficializou o que já ocorria na prática, já que o espaço para aspirantes á jornalistas está cada vez maior, trazendo o ato de informar muitas vezes para o grotesco. O sensacionalismo ultrapassa o fato em si, o espaço no impresso, Web, TV e rádio é disputado “a tapas” com a publicidade, “jornalistas” que vendem notícias e se vendem, desconsiderando a ética, tema estudando durante a graduação. Sem falar na técnica... uma grande MARAVILHA! Repórteres sem abordagem, apresentadores sem postura.... mas para a ANJ é tudo uma questão de liberdade de expressão, direito ferido pelo diploma, que para a Associação é importante, mas não fundamental para o exercício da profissão.

"A formação específica em cursos de jornalismos não é meio idôneo para evitar eventuais riscos à coletividade ou danos a terceiros", afirmou o presidente do STF, Gilmar Mendes à Folha Online. Corretíssimo! A formação específica em N cursos superiores não é meio idôneo para evitar eventuais riscos à coletividade ou danos a terceiros, por isso temos tantos erros médicos, decisões judiciais equivocadas, prédios que desabam... e jornalistas sem princípios de formação. Mas porque derrubar apenas um diploma?

"Quando uma noticia não é verídica ela não será evitada pela exigência de que os jornalistas frequentem um curso de formação. É diferente de um motorista que coloca em risco a coletividade. A profissão de jornalista não oferece perigo de dano à coletividade tais como medicina, engenharia, advocacia nesse sentido por não implicar tais riscos não poderia exigir um diploma para exercer a profissão. Não há razão para se acreditar que a exigência do diploma seja a forma mais adequada para evitar o exercício abusivo da profissão", completou Mendes.

Votaram contra Gilmar Mendes e os ministros Carmem Lúcia, Ricardo Lewandowski, Eros Grau, Carlos Ayres Britto, Cezar Peluso, Ellen Gracie e Celso de Mello. Mendes afirmou que o diploma não soluciona os desvios de conduta responsáveis por atos indevidos na profissão, e que o mercado não será prejudicado, já que as próprias empresas de comunicação irão determinar os critérios de contratação, o que irá depender da competência do indivíduo. Já o ministro Ricardo Lewandowski conceituou o diploma como um "resquício do regime de exceção", que tinha a intenção de controlar e centralizar as informações nas mãos de poucos. ”O jornalismo pode ser exercido pelos que optam por se profissionalizar na carreira ou por aqueles que apenas têm "intimidade com a palavra" ou "olho clínico"” disse Carlos Ayres Britto.

Para o presidente do STF ,a queda do registro profissional não afetará as faculdades de comunicação, pois os cursos são importantes para o preparo técnico e ético dos estudantes. "Um excelente chefe de cozinha poderá ser formado numa faculdade de culinária, o que não legitima estarmos a exigir que toda e qualquer refeição seja feita por profissional registrado mediante diploma de curso superior nessa área. O Poder Público não pode restringir, dessa forma, a liberdade profissional no âmbito da culinária. Disso ninguém tem dúvida, o que não afasta a possibilidade do exercício abusivo e antiético dessa profissão, com riscos eventualmente até à saúde e à vida dos consumidores", disse Gilmar (Folha Online, em Brasília).
Hãn? Como a formação em uma mesma profissão pode ser tão importante tecnicamente falando e tão dispensável do ponto de vista de legitimação? O que? Hein? Não entendi! Vai ver é a falta do diploma... ou seria a minha incessante busca por ele??

O resultado contou com apenas 1 voto favorável que foi dado pelo ministro Marco Aurélio. O ministro afirmou que o jornalista deve ter uma formação básica que viabilize a atividade profissional que repercute na vida dos cidadãos em geral.

O fato é que a não exigência do diploma representa a popularização de uma atividade que necessita de estudo, preparo, conhecimento social, pensamento comunitário.... trabalho este que deve ser feito em prol do próximo, na busca da divulgação da verdade, de denúncias, questionamentos, críticas ao senso comum, àqueles que buscam o benefício próprio, imprensa que vira empresa, jornalista que vira empregado de um só e não de todos.

Sem mais delongas!

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Laura assemelha-se.

Estou preparando um ensaio para minha matéria de fotografia na faculdade e tenho como tema crianças abandonadas, ou que se abandonaram...que seja.
Saí para o meu primeiro dia de trabalho de campo. Câmera na mão, idéias na cabeça e muitas perguntas no ar: onde ir primeiro? Abordar ou fotografar de longe? Foto colorida para escancarar a realidade ou um p/b básico com um ar melancólico, como se a situação não fosse melancólica o bastante.
Pronto. Avenida Goiás, Praça Cívica, do Trabalhador e Universitária, rua 10 e Paranaíba. Nada. Absolutamente nada.
Já passavam das 22:30 e decidi voltar para casa, mas antes o tradicional X- salada, quer coisa mais prática, suja e deliciosa?!!!!

Surpresa! Encontrei Laura. Rosto familiar...me lembrou tanta gente, tantas crianças, tantos pedidos diários no sinal, na padaria, em todas as oportunidades imagináveis...me lembrou Lya Luft e seu artigo desta semana na Veja “É o fim do mundo”. 

Pele queimada de sol, olhos pretos e grandes, cabelos finos, sujos e amarrados aos “montinhos”com liguinhas coloridas, mãos pequenas, pés menores que o normal..ela era só sorrisos, parecia totalmente alheia á situação. A mãe disse que não comia desde de manha e que estava com uma tosse insistente. Muito bem agasalha, exceto pés e mãos, o que já me deixou satisfeita...como diz minha mãe, vento frio no peito é peneumonia na ceta.

No caminho de volta um silencio constrangedor...acho mesmo que é o fim do mundo.
Existem situações que eu acho que deveriam ser pré-requisitos para a vida, assim agradeceríamos o nosso arroz com feijão, o nosso cobertor de décadas, mas que ainda esquenta como sempre e ainda tem aquele cheirinho só nosso, o dinheiro para o ônibus, as pessoas das nossas vidas...tipo mãe, pai, irmão...pessoas que de vez em quando esquecemos de olhar nos olhos, de agradecer, de dedicar alguns minutos, de conhecer um pouquinho mais. 

No país do individualismo, de gente burra por opção, da necessidade da delação premiada, já que tudo se constrói em cima de vantagens, do filho que mendiga no sinal e vira pai de família, do pai que gasta o pouco que ganha com bebida e vira filho inconseqüente...neste país, as coisas estão prestes á acabar. A idéia de sociedade, igualdade, democracia, política e justica.
Aqui o normal é aquele que se vende por dinheiro ou por perdão, que mente, que insulta, que rouba, que finge não ver.

As milhares de Lauras não estão incluídas nos assuntos do momento. Aviões sobem cheios de promoções e pacotes imperdíveis, aviões caem sem explicações aparentes, banqueiros se safam, delegados se encrencam, silêncios se quebram, alianças se formam, a Xuxa procura um príncipes para Sasha...e eu? O que faço com tanta informação? Tanta coisa importante que não sei ao certo o que posso riscar da minha lista e deixar para depois.

Laura ficou com o pai e a mãe, não é uma criança abandonada, pelo menos pela família. Foi deixada de lado pela imprensa, pelo Estado, pela Xuxa e pela Sasha... pela sociedade.

Resolvi tirar as fotos coloridas, quem sabe não consigo registrar o verde, amarelo azul e branco presentes na vida da minha personagem. 

Estou com uma tosse insistente...mas muito bem agasalha, inclusive pés e mãos.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

O Império de Adriano


Uma de esporte!
Quem acompanha meu blog ou pelo menos passou os olhos nas minhas postagens antigas, sabe/percebe que esporte não é meu forte, mas às vezes me arrisco e de antemão peço desculpas por qualquer gafe.

31/05/2009 - 18h38
Adriano volta e desabafa: "Recuperei alegria de jogar"
Do UOL Esporte
No Rio de Janeiro


Adriano Leite Ribeiro é jogador de futebol e atua como atacante.

Atacante é aquele com função ofensiva, briga pela bola, empurra, comete falta... com objetivo de fazer gols ou ajudar seus companheiros a colocar a “bolinha” na rede.
Tabela, dribla dois zagueiros
Dá um toque dribla o goleiro
Só não entra com bola e tudo
Porque tem humildade em gol
Faz um gol de anjo um verdadeiro gol de placa

Existem três tipos de atacantes, que são o ponta-de-lança (estes jogam pelas laterais do campo cruzando a bola para a área e dando mais movimentação ao jogo, podem jogar pelo lado esquerdo ou direito, sendo chamados então de ponta-esquerdo e ponta-direito respectivamente), o segundo atacante (aquele que puxa a marcação ou busca o jogo no meio-de-campo, quando a defesa é mais forte) e o centroavante (responsável pelas finalizações, geralmente jogando entre os zagueiros.... Zagueiro já é outra história. É muito futebol para uma postagem só. Costuma ter boa presença de área, oportunismo, precisão nos chutes e um bom cabeceio). 
Meu irmão sempre diz que detesta jogo “morno”... acho que a função do atacante é fazer o torcedor gritar, se levantar do sofá, falar palavrões e mais palavrões...enfim faz o torcedor ser torcedor.

Engraçado...futebol é mesmo uma coisa sem muita explicação, pelo menos na minha cabeça. É um esporte coletivo, onde 09 dos 11 jogadores de cada time são “fominhas” e acham que no campo existem apenas duas pernas, dois pés e uma única cabeça para a coroa, disputado num campo retangular por duas equipes, de onze jogadores em cada lado e que têm como objetivo colocar a bola dentro das balizas adversárias, o que é chamado de gol. Goooooooooooooooool!
Na prática, às vezes o objetivo é outro. Existem “raríssimos” jogadores que utilizam o gramado para a auto-promoção...são contratos comercias, supervalorização do passe, força no nome...até que surge uma estrela. O nome da estrela do momento é Adriano Leite Ribeiro ou “O Imperador”.

Não é permitido o uso das mãos, NA TEORIA, pois por diversas vezes surgem socos, empurrões e os famosos toquinhos no jogador que se marca. Há também os puxões justificados pelo chamado corpo a corpo que quase sempre é feito com as mãos... Vai entender!
A partida, composta por dois períodos de quarenta e cinco minutos, tendo um intervalo de quinze minutos de um para o outro, resultando em noventa minutos de puro suor, é vencida pela equipe que marcar um maior número de gols (podendo ser gols bonitos, feios, contra ou um pelo famoso gol de placa) ou por aquela que tem algum tipo de relação de interesse com o juiz.

Na Itália e agora também no Brasil, Adriano é conhecido pelo apelido de "L'Imperatore" ("O Imperador"), em alusão ao Imperador romano Adriano. Sinceramente acho que muitos torcedores brasileiros usam o apelidos sem realmente conhecer o significado. Aqui é o país do petróleo, do álcool, do bio-diesel e da água doce... como disse Jabour certa vez. Mas definitivamente NÃO É O PÁIS DA CULTURA, e muito menos da boa vontade de conhecer, de questionar, de intelectualizar-se.
Só falta boa vontade, será que é tão difícil assim? 
 
Geralmente os jogadores começam a carreira ainda jovens e não 
foi diferente com Adriano, que a iniciou nas divisões de base do Flamengo. Em 2000 estava no time profissional e recebia sua primeira convocação para a Seleção Brasileira. Daí pra frente, o atacante só cresceu profissionalmente falando. Em 2001 foi vendido para a Internazionale, emprestado a Fiorentina e, em seguida, ao Parma.

Adriano teve alguns problemas pessoais, descuidou do físico e perdeu a confiança do técnico da Inter, Roberto Mancini. Assumiu em entrevistas à imprensa italiana que, deprimido, recorreu ao álcool, fato que resultou no nome do jogador ter sido deixado de fora da lista de inscritos para a primeira fase da Liga dos Campeões de 2007-2008. "Quando meu pai morreu, eu fiquei descontrolado. Estava fazendo coisas que não era para fazer, bebia muito para esquecer, para dormir, mais isso não serve de nada, porque você esquece na hora depois pior. Eu chorava muito", relembra “O Imperador” em declaração ao jornal O Dia.

O fato é, imaginem só se todo o indivíduo que tivesse algum problema, perda ou simplesmente um dia ruim se refugiasse no “copinho da felicidade”... 
Adriano afirmou ainda que se preocupa muito com sua imagem e com a forma como esta influencia os jovens. Resta-nos apostar nas suposições de que o jogador ainda vai colocar o seu pezinho tão valioso no chão e enxergar como seu Império funciona.

Em 9 de abril de 2009, Adriano tornou público a intenção de parar de jogar por um tempo indeterminado, e logo depois o clube em questão (Internazionale) informou, em seu site oficial, a rescisão amigável do contrato do centroavante brasileiro, sem revelar valores ou condições deste acordo.

Na época da divulgação, Adriano deixou um ponto de interrogação sobre seu estado emocional, afirmando apenas que chegou à conclusão que a cobrança para jogar em alto nível estava insuportável. “Estava me sentindo muito pressionado. No momento não quero pensar no futuro. Quem for inteligente vai entender a minha decisão” disse Adriano ao site Terra. Finalizou dizendo que perdeu a alegria de jogar, que estava infeliz na Itália e que esse tempo vai ser direcionado para a carreira que será repensada. “Sou feliz no Brasil ao lado dos meus amigos e dos meus familiares.” disse o Imperador ao site da Uol, vestindo bermuda e chinelos.

Em 6 de maio de 2009, com 102Kg, Adriano chora, admite fraquezas, aposta no novo clube e volta às suas origens: o Flamengo.

E viva o futebol! (Juca Kfouri)

segunda-feira, 1 de junho de 2009

José, e agora?

Há uns 15 dias atrás, li no site da folha, a notícia de que Serra não teria cumprido uma porcentagem X de suas metas em São Paulo para 2008. Confesso que não fiquei muito surpresa, já que (sem motivo ainda definido) não simpatizo com este economista, “PSdebista”, ex deputado federal, ex senador, ex ministro do Planejamento e Orçamento, ex ministro da Saúde e sempre POLÍTICO. Acho mesmo que é por isso, sempre olho para um POLÍTICO com certo ceticismo.
No caso de Serra, é ainda mais complicado, pois este vive dentro do poder público há tempos (como citei aí em cima) e ainda não demonstra, (pelo menos pra mim... quem sou eu para definir quem demonstra alguma coisa?!) o comprometimento essencial de um “homem do povo”, já que estas benditas ou malditas metas (depende do referencial) foram proposta por ninguém mais, ninguém menos que:
O GOVERNADOR DE SÃO PAULO JOSÉ SERRA. 
Pois bem... vamos aos fatos.

13/05/2009 - 02h30 
Serra descumpre 40% das metas de 2008; veja lista de resultados 

Em 2006 Serra foi eleito governador de São Paulo, sendo o primeiro governador do estado eleito em primeiro turno. Dá-lhe aceitação!

Em 2009 segundo levantamento e uma boa memória constatou-se que o governador não conseguiu cumprir 40% das metas estabelecidas para 2008, primeiro ano do planejamento de médio prazo do Estado, o chamado PPA (Plano Plurianual), que vai até 2011. Dá-lhe falta de “desconfiômetro”!

Dizem que o brasileiro é um povo de muita fé. Bobagem.... brasileiro é ingênuo, acredita em qualquer blábláblá e perdoa todas as promessas não cumpridas, os escândalos não explicados, as decisões não justificadas...brasileiro é f....feliz demais, conformado demais com tão pouco!Pois bem...voltando ao “Serrinha” e suas promessas.

O Plano Plurianual é um plano adotado pelo governo Serra que torna obrigatório o planejamento de todas as ações e orçamentos...ou seja, faz com que o governo preste contas e estude antecipadamente cada passo antes de efetuá-lo de vez. Os investimentos têm que ser feitos em programas estratégicos previstos na redação do PPA para o período vigente. 
No planejamento deve estar especificado cada detalhe dos chamados planos de ações: objetivo, órgão do Governo responsável pela execução do projeto, valor, prazo de conclusão, fontes de financiamento, situação que o plano visa alterar, necessidade de bens e serviços para a efetivação do mesmo, ações não previstas no orçamento da União, regionalização do plano, etc. Na teoria, tudo muito organizado.

O que o governador não esperava é que se efetivasse a parte da conceituação do PPA onde é citada a palavra FISCALIZAÇÃO. A cada ano, seria realizada uma avaliação do processo de andamento das medidas a serem desenvolvidas durante o período estipulado. Sobre esta avaliação é que serão traçadas as bases para a elaboração do orçamento federal anual.

Quando essa avaliação foi feita no estado de São Paulo....José quase desceu a serra correndo e fugindo das responsabilidades.

Em nenhuma área do estado conseguiu cumprir todas as metas. A Secretaria da Administração Penitenciária cumpriu 28,5% do que foi estipulado anteriormente. A ampliação da malha do metrô não caminhou muito, já que as duas obras em curso que integram o Plano de Expansão do Metrô estavam paralisadas. Na educação o tucano teve problemas na capacitação de professores e na reforma e na construção de novas escolas.Mas...justiça seja feita! Na área da saúde, o governo cumpriu a maioria das metas. Algumas foram superadas amplamente, como no quesito vacinação de rotina: foram previstas cerca de 16 milhões e superadas em 4 milhões.

E agora José?

A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora, José?

A festa REALMENTE acabou, as promessas não foram de todas cumpridas, o povo se multiplicou, a educação precisa de cuidados, e agora, José? As pessoas precisam de transporte, de segurança... do mínimo, pelo menos o mínimo.

José, e agora?(Carlos Drummond de Andrade ainda vive)

E José Serra foi candidato à Presidência da República pela coligação PSDB-PMDB em 2002 e perdeu no segundo turno para Luís Inácio Lula da Silva. E José Serra provavelmente será candidato à Presidência da República pela coligação PSDB-PMDB em 2010 e muito provavelmente será eleito (pelo menos segundo pesquisas e seu suposto favoritismo eleitoral).

E quanto ao PPA? Ahhh...esse provavelmente terá sido esquecido por esse povo com memória de cachorro e ingenuidade de brasileiro, afinal, o tucano já se explicou. Foram muitas mudanças de lideranças políticas, uma enorme dificuldade de liberação de áreas para construções, morosidade em licitações e é claro, a culpada de tudo: a crise econômica.