segunda-feira, 24 de maio de 2010

Uma meleca!

Nos últimos dias tenho postado aqui muitos textos sem um tema específico...muita gente anda me questionando sobre isso. Dizem me desconhecer, já que sou fascinada pelo dia-a-dia, a notícia do momento... o aconteceu agora, ou ontem, ou até mesmo semana passada...o que importa é que ACONTECEU...nunca escrevo sobre o que eu sinto pelo excesso de perguntas que rondam minha cabeça sobre os assuntos que envolvem sentimento demais...acho isso tão complicado...uma meleca (expressão que há tempos eu não ouvia...mas que adoro, aliás, vou escrever um texto só sobre minhas expressões antigas que uso constantemente...acho batuta!)
O fato é que ando sentimento puro... tenho me visto tão indignada com os assuntos do coração que não me contenho em colocar em palavras tantas angústias, inconformismo, dúvidas....indignação com essa obrigação que temos (socialmente falando) de nos relacionarmos com alguém. Sempre que chego a algum lugar e conto que sou solteira, noto que as pessoas, mesmo tentando disfarçar, mudam a expressão, cochicham, se entreolham buscando uma explicação, seguram as opiniões tão cheia de um tradicionalismo assustador...parece haver alguma coisa errada...muito errada por sinal. Me pergunto: o que é? O que há?


Desde que o mundo é mundo e de que (dizem por aí) Deus tirou Eva da Costela de Adão homens e mulheres PRECISAM ter parceiros, um relacionamento socialmente apresentável, uma razão para viver, braços que nos esperam... segurança. No caso das mulheres, alguém que comande a relação, um pulso forte, uma última palavra. É o que dizem por aí.
Penso aqui com meus botões... será mesmo que precisamos do outro pra sermos mais felizes, completas, desejadas, acolhidas...ou seja lá o que o sexo masculino representa para cada uma de nós? É, a primeira pessoa é pra mostrar que me incluo nessa lista de mulheres que não sabem ao certo o que eles representam ou teriam que representam na nossa lista de prioridades.
Para a mulher ser solteira TEM necessariamente que ter algum grave defeito, feia demais, gorda demais, ranzinza demais, nova demais, velha demais, animada demais, calada demais, cheia de manias, excesso de opiniões, falta de opiniões....são tantos padrões...obrigações.
Tá. Tá certo. Quando escolhemos alguém diante de tantas pressões vem mais uma etapa: dividir a vida. Dar um passo á trás, assistir 90 minutos de um “jogasso” de futebol mesmo sem saber onde cada time tem que colocar a bolinha, aprender a jogar truco para acompanhar o escolhido, fingir que não vê ele cochilar durante o filme de romance, compreender que homens simplesmente não se emocionam a todo o momento, não entendem quando suspiramos ou quando dizemos alguma coisa querendo exatamente o contrário...entender e aceitar tantas diferenças. Seria tão mais fácil descomplicar. Seria tão mais possível dividir essa vida se tudo fosse simplificado...ou quem sabe se o Adão fosse tirado da costela de Eva. Vai saber!


Acho isso tão complicado. Uma meleca!
Prometo que o próximo texto terá um assunto específico. Será sobre um acontecimento.
Acho isso tão mais fácil. Supimpa!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

E hoje em dia, como é que se diz “Eu te amo”?


Furacão da alma.
Sinto um vai e vem. Bom humor, quase êxtase, risada gostosa carregada de liberdade. Sim, me sinto livre desse sentimento. Estou livre de você, de toda ansiedade, do cheiro bom que faz tudo voltar.
Furacão da alma.
Descompasso do coração. De que vale viver sem repartir, sem tirar do outro o que ele tem de melhor e levar em uma mochila tudo o que foi bom? Abra a porta, feche a boca, não deseje. Abra a mão, abra os braços... para todos os abraços sejam apertados ou frouxos, poucos. Abra os olhos... abra e veja que ninguém ficou, chorou, sobrou.

Contos são contos. Pontos são pontos. E isso também passa.
A gente fica calejado, endurecido, seco, descrente, descontente. Preto e branco. A luta é interna e o inimigo é o espelho. Reflexo cheio de expectativas, vontades ativas, desnorteadas, vermelhas. Vontades.

E aí... nessa hora é que entram na história as crenças. Entram Deus, o outro, aqueles... a tempestade de sentimentos. Carícias no rosto amarelo, amarelo claro, sem sol, sem sal, sem o colorido do amor, do amar, do ser amado. Ergue a tua espada e luta!
Contra a diferença. Contra o silêncio. Contra o sentimento. Contra um pedaço do céu... um pedaço do seu, em pedaço de si.

Quem ama, ama. Desfruta , grita, chora, sorri, briga para estar junto, perto, no peito, no pensamento... quer o melhor, os dias e as noites. As dores. As delícias. Os afagos. Quer por inteiro ou nada feito.

Como fazer? O que dizer? E hoje em dia, como é que se diz “Eu te amo”? Apenas se diz? Olho, boca, mão e nariz. Sorriso como poucos. Um amor como tantos.

Trampolim para o infinito... infinito que acaba logo ali. Onde se deita, onde se joga, onde se encosta... conforta, confia. Corre para o sol, para o mar, para a mãe, para mim... quando a gente está em frente ao amor a gente se sente melhor.

É o paraíso. Tenho certeza!

terça-feira, 11 de maio de 2010

Falou.



O tempo parou. Parou.
Dunga falou. Falou.

Em país de futebol, quem tem o luxo de parar um pedacinho da tarde para ouvir Dunga listar os pré-convocados para a Copa é rei.
Sim...ele falou. Ouviram-se suspiros de alívio. Muita gente se decepcionou. Adriano chorou. E acabou.
O mais engraçado é que ninguém (já me desculpo pela generalização) pára o dia ou ao menos o pensamento para saber sobre a repercussão da prisão e soltura de Arruda, a descoberta dos corpos de alguns dos meninos assassinados em Luziânia...e a situação das mães dos que ainda estão desaparecidos, o desvio no Paraná, a obesidade infantil e o programa de Michelle Obama, o buraco na rua daquele setor distante que pensando bem, fica pertinho, pertinho....Dilma e seu “governo feito 24 horas por dia”, o projeto Ficha Limpa, o ensaio sensual de Kaká e Pato, fato importantíssimo para o andamento do cotidiano feminino juvenil....ou seja lá o que for tão importante quanto Dunga e sua seleção....se é que para os brasileiros canarinhos por natureza ou paixão existe coisa mais importante que o “golasso” do fulano de tal, ou a combinação entre hexa e campeão...será que vai ficar bonitinho: Heeeexacampeãaao?!!

- Tá Michelle, mas isso não é novidade nenhuma, né?

- Não. Não é novidade. Mas tem que mudar. Teeeem que muuuudar!!!

O fato é que falta ao brasileiro (falo brasileiro porque é deste povo que venho...é com ele que me preocupo, é por ele que torço, com ou sem camisa e grito de torcida) um sentimento maior de brasilidade, de verde e amarelo no peito 365 dias por ano, emoção e grito na garganta para a polícia, para a política (olha as eleições aí minha gente!!!!! Lalaiá lalaiá!!!!!), para a saúde (que saúde?! Eu sei, eu sei....foi só um exemplo), para a educação, para o próximo.

Edmundo Leite, em seu texto para o site do Estadão cita uma pergunta feito por um repórter francês da revista France Footbal aos jornalistas brasileiros que aguardavam no saguão do hotel em Yokohama a saída do time de Felipão na véspera da Copa de 2002. Peço licença para copiá-lo aqui:

“Num desses grupos, um repórter francês da revista France Footbal perguntou aos colegas brasileiros porque não havia nenhum jornalista negro do país entre dezenas de profissionais que cobriam a seleção do Brasil, quando boa parte do time que estava prestes a se tornar pentacampeão era formada por negros.
Após alguns segundos daquele silêncio constrangedor, alguém arriscou a começar uma explicação. Falou da desigualdade social, enquanto outro lembrou do passado escravista, das falhas do sistema educacional, da dificuldade que muitos pobres tem para ingressar na universidade e que por isso nas próprias faculdades não havia muitos alunos negros.”
(
http://blogs.estadao.com.br/edmundo-leite/2010/05/11/por-um-jornalismo-marrom/)

Nada disso é novidade, nada.
Também não é novidade a necessidade de mudança para as pessoas, casas, famílias, bairros, cidades, para o país. O texto aqui (digo sua autora) não tem nenhum tipo de pretensão. É um entre tantos.
Mais um para gritar: “Ganha Brasil! Vota Brasil! Cresce Brasil! Muda Brasil!...Vai Brasil!”

E o tempo não parou. Não parou.
Mas ELA escreveu. Escreveu.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

E nessas horas

As coisas acontecem. Simplesmente acontecem.
E ás vezes o ego, o excesso do espírito humano que transborda em cada indivíduo pensante deste planeta, a necessidade de auto-afirmação... a V.A.I.D.A.D.E trabalham como uma barreira que evita a aceitação das circunstâncias...destas coisas que acontecem simplesmente.
E nessas horas? Nessas horas pega mal chorar. Sofrer pela “ausência” real ou escolhida... encolhida dentro da cada um.


- Vamos comigo?
- Não.
- Porque?
- Porque não quero, não gosto, não tenho nenhuma pretensão, mesmo que mínima de me envolver...o problema é VOCÊ!


Pronto...toda história estaria resolvida. Os namoros seriam curtos, os casamentos coloridos, os amantes mais amantes, os amigos jóias raras e verdadeiras... as pessoas mais fortes, seguras e felizes.
Hoje as palavras estão amargas... tão amargas quanto essa que vos escreve. Saber o que é preciso fazer, saber como fazer... quando, porque...SABER é pior do que estar perdida. Amarga por não entender o ser humano e toda sua confusão de verdades, seu medo de esclarecer, clarear, iluminar e seguir em frente. Solto, salto, alto, só e completamente sublime.
E nessas horas? Nessas horas em que o corpo fica estático... paralisado para ser mais exata....acho que soa mais forte, parece vir acompanhada de tanta angústia, tantas palavras abafadas...pela falta de tempo, pelo medo, pelo orgulho. Escondidas. Nessas horas pega mal falar a verdade em um mundo de aparências, de conselhos distribuídos para benefício próprio.
A verdade é que deveríamos nos apaixonar por nós mesmos... assim poderíamos retribuir na medida...ler pensamentos, calar a boca, falar aquela palavra tão esperada com a entonação exata. Deveríamos nos bastar e que me perdoe Tom Jobim....ser SIM felizes sozinhos....sem o outro e toda dependência emocional que aí vem impregnada.
Mas e nessas horas?

terça-feira, 4 de maio de 2010

E ser azul.

Muita gente fala que quando estamos chateados, aflitos, ansiosos... ou seja lá qual for o mal do homem moderno...a solução é fazer algo que gostamos muito. Esquecer do tempo. Encontrar um ponto de fuga. Fugir... nem que seja por alguns minutos do dia.
No meu caso a melhor saída é escrever... escrever me acalma, parece que aqui vomito palavras sem pensar...elas vão saindo com uma naturalidade incrível, literalmente um DESABAFO, deixando um alívio que não tem preço.
Esse meu espaço andava abandonado. Descuidado. De hoje em diante pretendo dar mais atenção á ele. Não vou me comprometer... por achar que coisas forçadas não são tão gostosas como as feitas sem nenhuma obrigação.
Então deixem eu me apresentar novamente, plagiando palavras de alguém de quem gosto demais:
Me chamo Michelle Rabelo, tenho 25 anos (que um dia ainda serão de sonho, de sangue e de América do Sul), minha cor preferida é amarelo (andei repensando sobre isso ultimamente...um jeito absolutamente inútil de matar o tempo), adoro filmes brasileiros (mesmo que sejam ruins, o que na minha opinião é raríssimo de acontecer), sou uma apaixonada ignorante por cultura (amarrada na esperança de um dia conhecer metade do que desejo) e por girassóis, defensora armada de Goiânia (para mim o melhor lugar pra se viver...não que eu tenha conhecido muitos), deslumbrada pela América que está sempre na minha lista de coisas pra fazer antes de morrer: conhecê-la de cabo a rabo, sonhadora nata, crente....crente na vida, mesmo sem saber o que esperar dela.
Acho que quero trabalhar e trabalhar, ser útil, me apaixonar por algo ou por alguém, novidades, boa novas, velhas sempre boas... sentir, perdoar, errar...ou quem sabe julgar, acertar, chorar...ser crente na vida é acreditar que tudo pode dar certo...talvez com muitos trancos...Quero fazer amigos, amar, amar e amar.


Ter a alma leve, livre. Morrer e ressuscitar todos os dias, com algo de melhor...e ser azul!