segunda-feira, 29 de junho de 2009

Entre fiéis e infiéis.

Acabou o semestre. O que significa? Significa que vou ter tempo para fazer uma das coisas que mais gosto, ir ao cinema. O cinema está na lista das minhas paixões, disputa espaço com livros e música. Por falar em música, nos dias 03, 04 e 05 de julho acontece em Brasília o Festival de Inverno da cidade, que conta com o vozeirão de Bruno Gouveia e o saudosismo de Ultrage a rigor... isso já basta. Mas isso é assunto para outra postagem.
Voltando ao cinema... neste caso minha casa mesmo. No fim de semana assisti a um filme que recomendo, apesar de suas falhas já esperadas.

Lançado em 2008, Rede de Mentiras mistura espionagem e ação. O filme é baseado no romance homônimo de David Ignatius, jornalista que cobriu a CIA e as ações no Oriente Médio durante dez anos para o Wall Street Journal. 
O longa aborda a tensa relação existente dentro do Oriente Médio... seu pensamento extremista, a visão da fragilidade do inimigo, o modo arcaico e eficiente como seus planos e informações são repassados e o objetivo já tão difundido pelo mundo: vingança.

Vale à pena tirar um pedacinho do fim de semana para assistir á trama hollywoodiana. Excelentes atuações e visões do ser humano, demasiadamente humano, com crenças, valores e interpretações da vida diferentes. 
Entre fiéis e infiéis.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Bandeira Branca

A 1ª Delegacia de Polícia de Valparaíso (GO) virou notícia nesta última sexta-feira (26/06), o que infelizmente não foi motivo de orgulho para a população do município. A Polícia Civil decidiu levantar bandeira branca propondo um tipo de trégua. A dificuldade estava na escolha do grupo para a tentativa de entendimento: bandidos ou Estado? 

A classe decidiu entrar em greve devido a falta de manutenção nos equipamentos, não contratações de agentes, escrivões e delegados, além da precária estrutura de trabalho. A justificativa para novas contratações vem de dados apresentados 
pelo Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Goiás. Atuam no Estado, 30% do efetivo de policiais, atendendo apenas aos casos mais graves, como mortes violentas. Nenhum pronunciamento dos poderosos, o que “obrigou” os polícias a optarem por um plano B.

Propuseram combinação aos bandidos, como se fosse justo entrar em um acordo com alguém que mesmo conhecendo as leis do país, o certo e errado, constitucional e moralmente (DEFINIÇÃO IMPOSTA PELA SOCIEDADE) falando, ainda se porta de maneira egoísta e desrespeitosa com o outro, ultrapassando limites e tomando para si objetos e vidas. O apelo foi feito por um agente da delegacia, que em entrevista á TV Brasília, pediu aos meliantes que parassem de cometer delitos no Estado de Goiás, já que a polícia não tem condições de atender a toda a população com a atual estrutura.

Sim, sim, sim. Assim que houver uma melhora de infra-estrutura, os bandidos podem arregaçar as mangar e voltar á sua rotina normal de atitudes ilícitas. Tudo com aval dos governantes que tão bravamente assumiram as rédeas da situação.  

O certo é que bandidos e Estado ás vezes parecem estar no mesmo barco, o daqueles que não se interessa pela melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. Segurança é direito de todo e qualquer indivíduo, tem que ser cobrada e valorizada. 

http://www.dzai.com.br/correioweb2/video/playvideo?tv_vid_id=53907

O colorido da vida


Terminei hoje meu trabalho de fotografia... último do semestre. Ufa!
Bom... já havia comentado aqui há algumas postagens atrás sobre este trabalho. Tentei fazer sobre diversos temas... me emocionei, fugi de garotos de rua, perdi filmes e filmes...mas isso é outro assunto.O tema final foi a terceira idade... ou melhor idade, denominação que ficou comum na publicidade, já que para ela, tudo o que pode vir a dar lucro se torna melhor, maior...

Falo deles, que estão em uma fase contraditória da jornada. 
Eles são o colorido da vida, são só olhos, histórias e sonhos.

Falo dos idosos, em específico daqueles que foram deixados de lado pela família, pela sociedade e às vezes até por eles mesmos. Falo de seres já construídos, cheios de idéias e ideais e que correm sérios riscos... risco de serem esquecidos e substituídos pelo indivíduo de valores atuais. Falo de homens, de mulheres, de cidadãos com direitos e deveres, com necessidades, vontades e experiências incríveis. Falo de desrespeito. 

Para quase todos os indivíduos deixados em abrigos, a condição de fragilidade resulta da dependência exagerada, da necessidade do outro às vezes até emocionalmente, da perda da autonomia, inclusive do poder de decisão. Conhecem seus direitos e deveres, seu espaço, o espaço do outro, a forma como tratar o próximo e a coragem para impor o modo como se quer ser tratado, o que não conhecem ainda é uma maneira de se fazer ouvir, de ganhar atenção. Sua presença participativa, cooperativa e operativa é ignorada, não há convívio familiar, não há espaço para partilhar, realmente... segundo muitos, chega-se ao fim da vida.

O problema do abandono escancara-se a cada dia e traz como conseqüência a banalização deste “deixar de lado”. Tudo o que antes importava já não representa nada, tudo aquilo que era assustador, causava embriaguez na alma e dor forte na consciência, agora encontra-se sem sentido, tudo o que poderia vibrar calou-se numa espera infinita, toda a velhice na teoria respeitada desapareceu e o idoso de hoje ficou invisível. O fantasma pede socorro num grito abafado e indecifrável, não com palavras ou revoltas exteriores, mas mutilando-se devagar, dia após dia, sem saber ao certo o valor da vida construída ao longo dos anos..

“Há quem fale que a vida da gente
É um nada no mundo
É uma gota, é um tempo
Que finda num segundo,
Há quem fale que é um divino
Mistério profundo
É o sopro do criador
Numa atitude repleta de amor”

Gonzaguinha ETERNO!!

A Casa do Idoso (INSTITUIÇÃO QUE VISITEI) foi criada devido ao não enquadramento de perfil de algumas pessoas que se encontravam na chamada terceira idade ao programa Mutirão da Moradia. O idoso permanece na casa enquanto conseguir cuidar de si mesmo, quando fica impossibilitado de realizar atividades básicas é transferido para outro abrigo. O projeto foi o primeiro no estado de Goiás, voltado exclusivamente para idosos acima de 55 anos provenientes de famílias de baixo poder aquisitivo. Trata-se de uma instituição asilar, de caráter público, aberta, de médio porte, que se situa na região Noroeste de Goiânia (Vila Mutirão) e oferece cuidados diários as pessoas que residem no local, em dois regimes de atendimento: o domiciliar e o hospitalar. Possui 30 casas de pequeno porte com capacidade para 02 pessoas.
Justiça seja feita ao governo do Estado, que de vez em quando acerta em cheio.

O envelhecimento é um processo lento, e tem como característica a perda progressiva da participação ativa no processo social, da possibilidade de adaptação a certas situações e realidades. Em muitos casos perde-se o vigor e às vezes a vontade de estar interado, relacionar-se, estabelecer objetivos.

Envelhecer é alcançar um patamar na vida, cuja imagem passa a ser digna de um respeito especial, diferente do dado (ou pelo menos que deveria ser dado) aos cidadãos mais jovens. Nesta fase da vida, o indivíduo possui um conhecimento extraordinário, conhecimento do outro, de si, das dificuldades que para diferentes olhos parecem o fim... conhecimento da vida. Assim, para se encontrar durante esta fase tão deixada de lado, é preciso posicionar-se ativamente, criar novos papéis, ocupações, atividades e relacionamentos sociais. Os altos índices de crescimento da população idosa mostram a grande necessidade de uma mobilização social de caráter preventivo, ratificando a importância do idoso como ser humano, inclusive com todas as limitações inerentes a sua idade. É imprescindível a integração entre todas as idades, com o que cada uma delas tem á oferecer.

Bela idade!
Sim, bela idade... descobri em minha visita a Casa dos Idosos que existe um mundo novo quando se entra na chamada terceira idade.  
Trata-se de pessoas que se encaram no espelho e enxergam o melhor da vida, histórias, saudosismo, lágrimas e risadas. Descendentes, amigos, amores... uma estrada feita de pessoas e passagens inesquecíveis. Mágoas... muitas mágoas, mas também vitórias vividas, vitórias compartilhadas...cheiro de avó que ganha-se com o passar do tempo e que fica impregnado mesmo sem netos.

Não é bonito ou fácil envelhecer.
O ritmo diminui, a exclusão de alguns grupos é inevitável, chega o cansaço, a indisposição, o peso de uma vida inteira não consegue mais ficar debaixo do sorriso. Mas também chega aquele jeito manso de falar, paciência interminável de ouvir... passos curtos, longas conversas. 

Pura contradição!

quarta-feira, 24 de junho de 2009

“Pouca conversa e muita ação!”


Quando eu era criança minha mãe sempre dizia na hora das refeições: “Pouca conversa e muita ação!”. Achava engraçado, aquela mulher tão pequenininha com um semblante fechado pedindo silêncio... aquela era uma hora sagrada. Hoje ela já desistiu... somos três filhos e muitas histórias.

Involuntariamente levei isso por toda minha vida, e passei a separar situações onde eu achava que cabia pouca conversa e muita ação... trabalho, escola, faculdade, meus direitos e deveres...levei as coisas muito á sério e me decepcionei quando me deparava com injustiça e pessoas paradas. 
Blábláblá pra cá, nhenhenhe pra lá... e nada de colocar a mão na massa. 

Hoje li no site do Correio um exemplo de “muita ação” bem sucedido.
 
A classe estudantil do DF está um passo à nossa frente.

Nasci e sempre morei em Goiânia e não me lembro de nenhuma manifestação de verdade... tô falando de organização, de objetivo comum à todos, do pessoal vestindo a camisa. Abaixo a arruaça, aos protestos cheios de ação e pobres de razão, aos jovens imaturos e sem causa como os que protestaram contra o aumento do preço da passagem tempos atrás. 

Foi aprovado nesta terça-feira (23/6) na Câmara Legislativa o projeto de lei 1.245/09, de autoria do Executivo, que garante o direito ao passe estudantil integralmente custeado pelo governo local, benefício estendido aos alunos de todos os níveis -- estágios, pós-graduação e pré-vestibulares -- além da inclusão dos sistemas de metrô e micro-ônibus. A iniciativa recebeu voto favorável dos 21 deputados distritais presentes na Casa e, agora, segue para a sanção do governador José Roberto Arruda para entrar em vigência.

Um dos pré-requisitos para usufruir da boa notícia, é morar ou trabalhar a mais de 1km da unidade de ensino onde se está matriculado...se assim for, o estudante pode “correr para o abraço” (expressão usada por muitos jovens, que ainda não sabem o que é correr para a ação... com razão) 

Fonte: http://www.correioweb.com.br/ (Noelle Oliveira)

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Diplomas ao vento!



17/06/2009 - 20h44
Para ANJ, decisão do STF sobre diploma de jornalista consagra o que já acontece na prática
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MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília

O fim da obrigatoriedade do diploma para jornalista, determinado hoje pelo STF (Supremo Tribunal Federal) com 8 votos a 1, ser bem recebido pela ANJ (Associação Nacional dos Jornais) literalmente é o fim... o fim do mundo! A Associação está certa quando afirma que o Supremo apenas oficializou o que já ocorria na prática, já que o espaço para aspirantes á jornalistas está cada vez maior, trazendo o ato de informar muitas vezes para o grotesco. O sensacionalismo ultrapassa o fato em si, o espaço no impresso, Web, TV e rádio é disputado “a tapas” com a publicidade, “jornalistas” que vendem notícias e se vendem, desconsiderando a ética, tema estudando durante a graduação. Sem falar na técnica... uma grande MARAVILHA! Repórteres sem abordagem, apresentadores sem postura.... mas para a ANJ é tudo uma questão de liberdade de expressão, direito ferido pelo diploma, que para a Associação é importante, mas não fundamental para o exercício da profissão.

"A formação específica em cursos de jornalismos não é meio idôneo para evitar eventuais riscos à coletividade ou danos a terceiros", afirmou o presidente do STF, Gilmar Mendes à Folha Online. Corretíssimo! A formação específica em N cursos superiores não é meio idôneo para evitar eventuais riscos à coletividade ou danos a terceiros, por isso temos tantos erros médicos, decisões judiciais equivocadas, prédios que desabam... e jornalistas sem princípios de formação. Mas porque derrubar apenas um diploma?

"Quando uma noticia não é verídica ela não será evitada pela exigência de que os jornalistas frequentem um curso de formação. É diferente de um motorista que coloca em risco a coletividade. A profissão de jornalista não oferece perigo de dano à coletividade tais como medicina, engenharia, advocacia nesse sentido por não implicar tais riscos não poderia exigir um diploma para exercer a profissão. Não há razão para se acreditar que a exigência do diploma seja a forma mais adequada para evitar o exercício abusivo da profissão", completou Mendes.

Votaram contra Gilmar Mendes e os ministros Carmem Lúcia, Ricardo Lewandowski, Eros Grau, Carlos Ayres Britto, Cezar Peluso, Ellen Gracie e Celso de Mello. Mendes afirmou que o diploma não soluciona os desvios de conduta responsáveis por atos indevidos na profissão, e que o mercado não será prejudicado, já que as próprias empresas de comunicação irão determinar os critérios de contratação, o que irá depender da competência do indivíduo. Já o ministro Ricardo Lewandowski conceituou o diploma como um "resquício do regime de exceção", que tinha a intenção de controlar e centralizar as informações nas mãos de poucos. ”O jornalismo pode ser exercido pelos que optam por se profissionalizar na carreira ou por aqueles que apenas têm "intimidade com a palavra" ou "olho clínico"” disse Carlos Ayres Britto.

Para o presidente do STF ,a queda do registro profissional não afetará as faculdades de comunicação, pois os cursos são importantes para o preparo técnico e ético dos estudantes. "Um excelente chefe de cozinha poderá ser formado numa faculdade de culinária, o que não legitima estarmos a exigir que toda e qualquer refeição seja feita por profissional registrado mediante diploma de curso superior nessa área. O Poder Público não pode restringir, dessa forma, a liberdade profissional no âmbito da culinária. Disso ninguém tem dúvida, o que não afasta a possibilidade do exercício abusivo e antiético dessa profissão, com riscos eventualmente até à saúde e à vida dos consumidores", disse Gilmar (Folha Online, em Brasília).
Hãn? Como a formação em uma mesma profissão pode ser tão importante tecnicamente falando e tão dispensável do ponto de vista de legitimação? O que? Hein? Não entendi! Vai ver é a falta do diploma... ou seria a minha incessante busca por ele??

O resultado contou com apenas 1 voto favorável que foi dado pelo ministro Marco Aurélio. O ministro afirmou que o jornalista deve ter uma formação básica que viabilize a atividade profissional que repercute na vida dos cidadãos em geral.

O fato é que a não exigência do diploma representa a popularização de uma atividade que necessita de estudo, preparo, conhecimento social, pensamento comunitário.... trabalho este que deve ser feito em prol do próximo, na busca da divulgação da verdade, de denúncias, questionamentos, críticas ao senso comum, àqueles que buscam o benefício próprio, imprensa que vira empresa, jornalista que vira empregado de um só e não de todos.

Sem mais delongas!

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Laura assemelha-se.

Estou preparando um ensaio para minha matéria de fotografia na faculdade e tenho como tema crianças abandonadas, ou que se abandonaram...que seja.
Saí para o meu primeiro dia de trabalho de campo. Câmera na mão, idéias na cabeça e muitas perguntas no ar: onde ir primeiro? Abordar ou fotografar de longe? Foto colorida para escancarar a realidade ou um p/b básico com um ar melancólico, como se a situação não fosse melancólica o bastante.
Pronto. Avenida Goiás, Praça Cívica, do Trabalhador e Universitária, rua 10 e Paranaíba. Nada. Absolutamente nada.
Já passavam das 22:30 e decidi voltar para casa, mas antes o tradicional X- salada, quer coisa mais prática, suja e deliciosa?!!!!

Surpresa! Encontrei Laura. Rosto familiar...me lembrou tanta gente, tantas crianças, tantos pedidos diários no sinal, na padaria, em todas as oportunidades imagináveis...me lembrou Lya Luft e seu artigo desta semana na Veja “É o fim do mundo”. 

Pele queimada de sol, olhos pretos e grandes, cabelos finos, sujos e amarrados aos “montinhos”com liguinhas coloridas, mãos pequenas, pés menores que o normal..ela era só sorrisos, parecia totalmente alheia á situação. A mãe disse que não comia desde de manha e que estava com uma tosse insistente. Muito bem agasalha, exceto pés e mãos, o que já me deixou satisfeita...como diz minha mãe, vento frio no peito é peneumonia na ceta.

No caminho de volta um silencio constrangedor...acho mesmo que é o fim do mundo.
Existem situações que eu acho que deveriam ser pré-requisitos para a vida, assim agradeceríamos o nosso arroz com feijão, o nosso cobertor de décadas, mas que ainda esquenta como sempre e ainda tem aquele cheirinho só nosso, o dinheiro para o ônibus, as pessoas das nossas vidas...tipo mãe, pai, irmão...pessoas que de vez em quando esquecemos de olhar nos olhos, de agradecer, de dedicar alguns minutos, de conhecer um pouquinho mais. 

No país do individualismo, de gente burra por opção, da necessidade da delação premiada, já que tudo se constrói em cima de vantagens, do filho que mendiga no sinal e vira pai de família, do pai que gasta o pouco que ganha com bebida e vira filho inconseqüente...neste país, as coisas estão prestes á acabar. A idéia de sociedade, igualdade, democracia, política e justica.
Aqui o normal é aquele que se vende por dinheiro ou por perdão, que mente, que insulta, que rouba, que finge não ver.

As milhares de Lauras não estão incluídas nos assuntos do momento. Aviões sobem cheios de promoções e pacotes imperdíveis, aviões caem sem explicações aparentes, banqueiros se safam, delegados se encrencam, silêncios se quebram, alianças se formam, a Xuxa procura um príncipes para Sasha...e eu? O que faço com tanta informação? Tanta coisa importante que não sei ao certo o que posso riscar da minha lista e deixar para depois.

Laura ficou com o pai e a mãe, não é uma criança abandonada, pelo menos pela família. Foi deixada de lado pela imprensa, pelo Estado, pela Xuxa e pela Sasha... pela sociedade.

Resolvi tirar as fotos coloridas, quem sabe não consigo registrar o verde, amarelo azul e branco presentes na vida da minha personagem. 

Estou com uma tosse insistente...mas muito bem agasalha, inclusive pés e mãos.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

O Império de Adriano


Uma de esporte!
Quem acompanha meu blog ou pelo menos passou os olhos nas minhas postagens antigas, sabe/percebe que esporte não é meu forte, mas às vezes me arrisco e de antemão peço desculpas por qualquer gafe.

31/05/2009 - 18h38
Adriano volta e desabafa: "Recuperei alegria de jogar"
Do UOL Esporte
No Rio de Janeiro


Adriano Leite Ribeiro é jogador de futebol e atua como atacante.

Atacante é aquele com função ofensiva, briga pela bola, empurra, comete falta... com objetivo de fazer gols ou ajudar seus companheiros a colocar a “bolinha” na rede.
Tabela, dribla dois zagueiros
Dá um toque dribla o goleiro
Só não entra com bola e tudo
Porque tem humildade em gol
Faz um gol de anjo um verdadeiro gol de placa

Existem três tipos de atacantes, que são o ponta-de-lança (estes jogam pelas laterais do campo cruzando a bola para a área e dando mais movimentação ao jogo, podem jogar pelo lado esquerdo ou direito, sendo chamados então de ponta-esquerdo e ponta-direito respectivamente), o segundo atacante (aquele que puxa a marcação ou busca o jogo no meio-de-campo, quando a defesa é mais forte) e o centroavante (responsável pelas finalizações, geralmente jogando entre os zagueiros.... Zagueiro já é outra história. É muito futebol para uma postagem só. Costuma ter boa presença de área, oportunismo, precisão nos chutes e um bom cabeceio). 
Meu irmão sempre diz que detesta jogo “morno”... acho que a função do atacante é fazer o torcedor gritar, se levantar do sofá, falar palavrões e mais palavrões...enfim faz o torcedor ser torcedor.

Engraçado...futebol é mesmo uma coisa sem muita explicação, pelo menos na minha cabeça. É um esporte coletivo, onde 09 dos 11 jogadores de cada time são “fominhas” e acham que no campo existem apenas duas pernas, dois pés e uma única cabeça para a coroa, disputado num campo retangular por duas equipes, de onze jogadores em cada lado e que têm como objetivo colocar a bola dentro das balizas adversárias, o que é chamado de gol. Goooooooooooooooool!
Na prática, às vezes o objetivo é outro. Existem “raríssimos” jogadores que utilizam o gramado para a auto-promoção...são contratos comercias, supervalorização do passe, força no nome...até que surge uma estrela. O nome da estrela do momento é Adriano Leite Ribeiro ou “O Imperador”.

Não é permitido o uso das mãos, NA TEORIA, pois por diversas vezes surgem socos, empurrões e os famosos toquinhos no jogador que se marca. Há também os puxões justificados pelo chamado corpo a corpo que quase sempre é feito com as mãos... Vai entender!
A partida, composta por dois períodos de quarenta e cinco minutos, tendo um intervalo de quinze minutos de um para o outro, resultando em noventa minutos de puro suor, é vencida pela equipe que marcar um maior número de gols (podendo ser gols bonitos, feios, contra ou um pelo famoso gol de placa) ou por aquela que tem algum tipo de relação de interesse com o juiz.

Na Itália e agora também no Brasil, Adriano é conhecido pelo apelido de "L'Imperatore" ("O Imperador"), em alusão ao Imperador romano Adriano. Sinceramente acho que muitos torcedores brasileiros usam o apelidos sem realmente conhecer o significado. Aqui é o país do petróleo, do álcool, do bio-diesel e da água doce... como disse Jabour certa vez. Mas definitivamente NÃO É O PÁIS DA CULTURA, e muito menos da boa vontade de conhecer, de questionar, de intelectualizar-se.
Só falta boa vontade, será que é tão difícil assim? 
 
Geralmente os jogadores começam a carreira ainda jovens e não 
foi diferente com Adriano, que a iniciou nas divisões de base do Flamengo. Em 2000 estava no time profissional e recebia sua primeira convocação para a Seleção Brasileira. Daí pra frente, o atacante só cresceu profissionalmente falando. Em 2001 foi vendido para a Internazionale, emprestado a Fiorentina e, em seguida, ao Parma.

Adriano teve alguns problemas pessoais, descuidou do físico e perdeu a confiança do técnico da Inter, Roberto Mancini. Assumiu em entrevistas à imprensa italiana que, deprimido, recorreu ao álcool, fato que resultou no nome do jogador ter sido deixado de fora da lista de inscritos para a primeira fase da Liga dos Campeões de 2007-2008. "Quando meu pai morreu, eu fiquei descontrolado. Estava fazendo coisas que não era para fazer, bebia muito para esquecer, para dormir, mais isso não serve de nada, porque você esquece na hora depois pior. Eu chorava muito", relembra “O Imperador” em declaração ao jornal O Dia.

O fato é, imaginem só se todo o indivíduo que tivesse algum problema, perda ou simplesmente um dia ruim se refugiasse no “copinho da felicidade”... 
Adriano afirmou ainda que se preocupa muito com sua imagem e com a forma como esta influencia os jovens. Resta-nos apostar nas suposições de que o jogador ainda vai colocar o seu pezinho tão valioso no chão e enxergar como seu Império funciona.

Em 9 de abril de 2009, Adriano tornou público a intenção de parar de jogar por um tempo indeterminado, e logo depois o clube em questão (Internazionale) informou, em seu site oficial, a rescisão amigável do contrato do centroavante brasileiro, sem revelar valores ou condições deste acordo.

Na época da divulgação, Adriano deixou um ponto de interrogação sobre seu estado emocional, afirmando apenas que chegou à conclusão que a cobrança para jogar em alto nível estava insuportável. “Estava me sentindo muito pressionado. No momento não quero pensar no futuro. Quem for inteligente vai entender a minha decisão” disse Adriano ao site Terra. Finalizou dizendo que perdeu a alegria de jogar, que estava infeliz na Itália e que esse tempo vai ser direcionado para a carreira que será repensada. “Sou feliz no Brasil ao lado dos meus amigos e dos meus familiares.” disse o Imperador ao site da Uol, vestindo bermuda e chinelos.

Em 6 de maio de 2009, com 102Kg, Adriano chora, admite fraquezas, aposta no novo clube e volta às suas origens: o Flamengo.

E viva o futebol! (Juca Kfouri)

segunda-feira, 1 de junho de 2009

José, e agora?

Há uns 15 dias atrás, li no site da folha, a notícia de que Serra não teria cumprido uma porcentagem X de suas metas em São Paulo para 2008. Confesso que não fiquei muito surpresa, já que (sem motivo ainda definido) não simpatizo com este economista, “PSdebista”, ex deputado federal, ex senador, ex ministro do Planejamento e Orçamento, ex ministro da Saúde e sempre POLÍTICO. Acho mesmo que é por isso, sempre olho para um POLÍTICO com certo ceticismo.
No caso de Serra, é ainda mais complicado, pois este vive dentro do poder público há tempos (como citei aí em cima) e ainda não demonstra, (pelo menos pra mim... quem sou eu para definir quem demonstra alguma coisa?!) o comprometimento essencial de um “homem do povo”, já que estas benditas ou malditas metas (depende do referencial) foram proposta por ninguém mais, ninguém menos que:
O GOVERNADOR DE SÃO PAULO JOSÉ SERRA. 
Pois bem... vamos aos fatos.

13/05/2009 - 02h30 
Serra descumpre 40% das metas de 2008; veja lista de resultados 

Em 2006 Serra foi eleito governador de São Paulo, sendo o primeiro governador do estado eleito em primeiro turno. Dá-lhe aceitação!

Em 2009 segundo levantamento e uma boa memória constatou-se que o governador não conseguiu cumprir 40% das metas estabelecidas para 2008, primeiro ano do planejamento de médio prazo do Estado, o chamado PPA (Plano Plurianual), que vai até 2011. Dá-lhe falta de “desconfiômetro”!

Dizem que o brasileiro é um povo de muita fé. Bobagem.... brasileiro é ingênuo, acredita em qualquer blábláblá e perdoa todas as promessas não cumpridas, os escândalos não explicados, as decisões não justificadas...brasileiro é f....feliz demais, conformado demais com tão pouco!Pois bem...voltando ao “Serrinha” e suas promessas.

O Plano Plurianual é um plano adotado pelo governo Serra que torna obrigatório o planejamento de todas as ações e orçamentos...ou seja, faz com que o governo preste contas e estude antecipadamente cada passo antes de efetuá-lo de vez. Os investimentos têm que ser feitos em programas estratégicos previstos na redação do PPA para o período vigente. 
No planejamento deve estar especificado cada detalhe dos chamados planos de ações: objetivo, órgão do Governo responsável pela execução do projeto, valor, prazo de conclusão, fontes de financiamento, situação que o plano visa alterar, necessidade de bens e serviços para a efetivação do mesmo, ações não previstas no orçamento da União, regionalização do plano, etc. Na teoria, tudo muito organizado.

O que o governador não esperava é que se efetivasse a parte da conceituação do PPA onde é citada a palavra FISCALIZAÇÃO. A cada ano, seria realizada uma avaliação do processo de andamento das medidas a serem desenvolvidas durante o período estipulado. Sobre esta avaliação é que serão traçadas as bases para a elaboração do orçamento federal anual.

Quando essa avaliação foi feita no estado de São Paulo....José quase desceu a serra correndo e fugindo das responsabilidades.

Em nenhuma área do estado conseguiu cumprir todas as metas. A Secretaria da Administração Penitenciária cumpriu 28,5% do que foi estipulado anteriormente. A ampliação da malha do metrô não caminhou muito, já que as duas obras em curso que integram o Plano de Expansão do Metrô estavam paralisadas. Na educação o tucano teve problemas na capacitação de professores e na reforma e na construção de novas escolas.Mas...justiça seja feita! Na área da saúde, o governo cumpriu a maioria das metas. Algumas foram superadas amplamente, como no quesito vacinação de rotina: foram previstas cerca de 16 milhões e superadas em 4 milhões.

E agora José?

A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora, José?

A festa REALMENTE acabou, as promessas não foram de todas cumpridas, o povo se multiplicou, a educação precisa de cuidados, e agora, José? As pessoas precisam de transporte, de segurança... do mínimo, pelo menos o mínimo.

José, e agora?(Carlos Drummond de Andrade ainda vive)

E José Serra foi candidato à Presidência da República pela coligação PSDB-PMDB em 2002 e perdeu no segundo turno para Luís Inácio Lula da Silva. E José Serra provavelmente será candidato à Presidência da República pela coligação PSDB-PMDB em 2010 e muito provavelmente será eleito (pelo menos segundo pesquisas e seu suposto favoritismo eleitoral).

E quanto ao PPA? Ahhh...esse provavelmente terá sido esquecido por esse povo com memória de cachorro e ingenuidade de brasileiro, afinal, o tucano já se explicou. Foram muitas mudanças de lideranças políticas, uma enorme dificuldade de liberação de áreas para construções, morosidade em licitações e é claro, a culpada de tudo: a crise econômica.