terça-feira, 28 de julho de 2009

Vou não vou?!

Sim, eu tenho uma conta no Orkut.
Mas a cada dia que passa me envergonho mais um pouquinho de fazer parte desta classe detestável, descartável, cafona e fútil. Ufa! Pronto... falei.

Uma pessoa que troca companhia, boa música dividida, brinde á vida, discussões sobre os mistérios da mente humana ou sobre qualquer outro assunto totalmente desimportante mesclado de pausas recheadas de significados, pele, olho no olho ou simplesmente silêncio a dois, três, quatro.... por um passeio de carro virtual, cócegas, arco-íris ou um incrível “Vou não vou” pode ser classificada como o que? Tento, tento... mas não consigo encontrar outros adjetivos diferentes destes aí em cima.

Eis que vivemos em um país onde existe liberdade de expressão, onde cada um se expressa da maneira que considera correta ou no mínimo cômoda... mas como em qualquer outro país, território ínfimo, tribo, vilarejo ou aglomerado com um número superior a 2 pessoas e que num futuro formarão um sociedade minimamente organizada, precisamos de pessoas intelectualmente ativas...e quanto mais, melhor. Talvez por isso algumas vozes defendam tão fortemente a idéia do investimento nos jovens... futuras mentes pensantes. Mentes pensantes estas que ultimamente gastam suas tardes distribuindo e recebendo “abraços de urso”?!

Não que eu seja o intelecto em pessoa... longe disso. Muito longe. O que me irrita é o indivíduo não se esforçar, informar, interessar, integrar aos acontecimentos. Ler Veríssimo, Prata... ouvir Vinícius, Pixinguinha...coisa boa! Conhecer autores de esquerda, direita, sem opinião, ainda em análise... formar opinião própria...gastar o tempo com coisas influenciáveis...que fazem ou farão diferença até mesmo na vida daquele amigo virtual tão adorado e essencial para a continuação da vida.

Ainda tenho um pouco de fé na humanidade, na idéia de sociedade, no indivíduo como uma folha em branco que pode ser moldado pelas pessoas de bem e que pode se transformar em um jovem livre de obrigações tão desnecessárias, sem o comprometimento de mostrar pro mundo o quanto é bem relacionado, bem sucedido, indispensável para este ou aquele... para isto ou aquilo.

Li na Super Interessante deste mês (quase mês passado... já tem uma nova nas bancas) uma matéria sobre Susan Barry, uma neurologista que enxergava tudo em 2D. Fiquei pensando enquanto jogava minhas idéias aqui...quantas pessoas enxergam apenas o que querem da maneira como querem?

A Susan educou o olhar, aos poucos as coisas foram ganhando espessura.Em todos os lugares há idiotas... idiotas que se recusam a abrir os olhos, aprender a olhar e enxergar...deixar que aos poucos as coisas ganhem sentido.

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