terça-feira, 21 de julho de 2009

Finda-se hoje. Será?

Chegou ao fim na tarde de ontem a greve da Polícia Civil do estado de Goiás.
Durante estes quase 30 dias (29 dias para ser mais específica) tentei acompanhar os acontecimentos. Li jornais, me prendi às reportagens televisivas e notas de rádio....a opinião da maioria era quase unânime e desfavorável á decisão, mesmo com toda a força e certa razão das reivindicações: reajuste salarial de 34%, melhoria das condições de trabalho e fim do déficit de pessoal, que segundo os policiais, chega a três mil profissionais.

No regime democrático, o cidadão tem direito de exigir o que quiser, com toda a sua esplêndida liberdade de expressão... o que os grevistas esqueceram era que entre eles e o governo existe um aglomerado de pessoas, ao qual damos o nome de sociedade e que dependem da segurança, classificada como pré-requisito na vida em convivência com o outro. 

A situação ia de mal á pior, as delegacias e Ciops passaram a registrar apenas crimes hediondos, como assassinatos, estupros e flagrantes e apenas 30% dos policiais continuavam na ativa.

Às vésperas de completar um mês, a paralização deu sinal de trégua no dia de ontem. Em reunião com o secretário de Segurança Pública do Estado, Ernesto Roller, o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Goiás (Sinpol-GO), Silveira Alves de Moura mostrou-se animado e confiante na SUPOSIÇÃO de uma proposta que beneficiasse ambos os lados. Os ares já estão mais leves, já que no início a SSP-GO nem ao menos se pronunciou, mantendo sua postura a respeito da greve.

Revolta dos policiais. Apatia do Estado.
E nós? Nós... cidadãos pagadores de impostos, personagens passivos com falas apenas concordantes ficamos aqui...anônimos e mortais, sem voz nem veículo para nos representar. Ficamos na platéia, sem qualquer chance de interferência ou opinião... ficamos aqui...esse é o papel da sociedade ou pelo menos, papel dos meros mortais. Alguém discorda?
Uma conversa, acordo, pressão... ou simples tentativa de acerto com policias ativos está fora de questão. Um problema público não se resolve assim... não com vontade de definição, ação ou pressa. A determinação vem com calma... não há espaço para titubeios.

Depois do início no dia 23 de março, a decisão da 2ª Vara de Fazenda Pública de Goiás que julgou ilegal o movimento e forçou os assalariados (é... assim como eu e você) a voltar às atividades e um recurso deferido em 2ª Instância pela Turma de Desembargadores do Tribunal de Justiça do estado (TJGO) que garantiu a retomada da paralisação, finda-se hoje...provisoriamente....a greve. Parece uma novela!

E foi assim que chegamos à este ponto. 
Não me lembro de ter estudado um período na história do país onde os interesses de todos eram levados em consideração... ou pelo menos lembrados.

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