quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Azeda; Lima; Lina; Doce; Dia; Dilma


A Ministra.
A Secretária.
Muito bafafá.

No mundo da política, que sem nenhum trocadilho é cheio de politicagem, ganha a cada dia um novo escândalo para sua lista. Desta vez as personagens são só palavras. A palavra de uma contra a palavra de outra. Sem agenda, data, prova ou testemunha (pelo menos nenhuma apresentada oficialmente, apesar de uma das partes alegar firmemente que ela exista).

Segundo a ex-secretária da Receita Federal (que passou a ser EX recentemente), a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff teria lhe pedido indiretamente que encerrasse logo o processo de investigação que a Receita realizava nas empresas da família Sarney, o que fazia muito sentido, levando em consideração a importância do apoio do presidente do Senado para as eleições de 2010. Dilma negou.

Agora vamos aos “disse-que-me-disse”.

Ainda com as cortinas levantadas, a ex-secretária continuou firme em suas declarações e disse ter testemunhas do ocorrido, que classificou como incabível e sobre o qual fez relatos que tentaram ser convincentes. "Cheguei no quarto andar do palácio, não tinha ninguém me recebendo. Veio a Erenice Guerra [secretária-executiva da Casa Civil], fui para sala onde estavam duas pessoas e ali fiquei aguardando. Eu não perguntei o nome dessas pessoas. Tomei uma água, um café. Não demorou muito. Dali eu saí e fui para a sala da ministra conduzida pela Erenice. Nós conversamos amenidades. Como foi muito rápido, eu não me lembro dos móveis, ela só me fez esse pedido. Foi simpática", afirmou á Folha on-line.

Tempos depois (muito pouco tempo por sinal) Lina disse que não sentiu qualquer pressão no pedido de Dilma Inácio... opa...digo Dilma Rousseff. Afirmou ter entendido a solicitação como a vontade da ministra em dar um andamento célere, resolver as pendências e encerrar a fiscalização.... coisa que soou um tanto quanto contraditória quando contextualizada, já que logo após “dar com a língua nos dentes” ou como ela mesma prefere afirmar “cumprir o seu papel” (um pouco atrasada não?!) Lina não quis fazer ligações entre o pedido de Dilma e as eleições no Legislativo com a conotação de que o objetivo do governo seria beneficiar Sarney. Em declaração à Folha alegou não se lembrar do dia do encontro e se defendeu em relação à omissão do ocorrido ao ministro Guido Mantega (Fazenda). "Eu não comentei. Eu saí da Receita Federal e disse à minha chefe de gabinete que estava indo à Casa Civil", palavras de Lina.

E quanto á Dilma? Ah... a mestre e doutora, que não interferiu na venda da Varig e não tem nada a ver com o dossiê referente ás despesas de gabinete de Fernando Henrique Cardoso em 2008 produzido e divulgado pela Casa Civil, parece ter a consciência límpida como as águas do meia ponte (tema para outra postagem). Provavelmente deve-se á isso o fato de ela quase não se envolver em nenhum escândalo e a postura tomada por ela no caso da acusação atual, onde ministra mudou a versão dos fatos na última declaração dada aos jornalistas.

Jornalistas! A culpa é deles, que não interpretam declarações, confundem fatos, ignoram denúncias e repassam com total irresponsabilidade e escassez de informações os acontecimentos aos cidadãos. Que os microfones sejam dados aos futuros comunicadores... sem diploma. Neste caso bem que poderíamos eleger para repórter o Mercadante (PT-SP)... ou quem sabe Tasso Jereissati (PSDB-CE). A notícia exalaria imparcialidade.

Em um primeiro momento Dilma negou o encontro e consequentemente o pedido, o que colocou a declaração de Lina em letras garrafais na mídia. Dias depois, o contato teria acontecido, mas o tema Sarney e afins não estariam na pauta.

Pronto, o embate havia começado.
Façamos nossas apostas.

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