segunda-feira, 6 de setembro de 2010

De pé.

Já pedi pra você me deixar... eu não quero mais o seu amor!
Você que me tira do prumo, que faz meu caminho descompassado, minhas dúvidas agudas e meu peito calado. Você bem longe de mim! Há uma distância segura, uma medida confortável... bem longe dos meus olhos, assim o pensamento dá uma trégua para o coração.


Joguei tudo fora... minha paz, todos aqueles olhares e disfarces. Esse amor cheio de limites e medos. Sem entrega total, sem você por inteiro, com o tempo parado, olhos iluminados, coração disparado, pernas bambas e cabeça boba. Tudo vindo de um único lado... sem respostas, sinais...sem clareza, verdade que cutuca, machuca. Verdade que alivia, cicatriza.
Joguei pra cima nossos planos, nossa viagem para lua no dragão de São Jorge, nossos segredos, o cheiro no cangote, o cafuné, as suas mãos na minha nuca sempre exposta, a minha boca na sua... sempre pronta. Joguei tudo pra traz... ou pra frente, ainda não sei. Joguei para fora do meu alcance. Os motivos são vários. Agora eu quero paz, uma paz azul da cor do céu, quero todo aquele silêncio, ficar mais perto de mim, me apaixonar pela minha cor preferida, pelo gosto de estar sozinha, entre minhas mãos, pernas, pensamentos.

Te dei minha música preferida, minhas noites de sono, sonhos, satisfação, meu xodó, meu cantinho com todos os mimos e sorrisos. Um cheiro bom de mandinga de amor, gosto de coisas novas, novidade que faz tudo especial. Te dei meu tempo, meu espaço, minha decência, minha fé. Não se achegue! O espaço ficou pequeno e você agora é um intruso! Espaço pequeno para tanta coisa, tanta gente, tanta solidão.
Será que o amor só é bom se doer? Quero ficar sã, boa, de pé! Amar cansa a alma!

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