quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Sim. Nós somos "du Goiá".

O telefone tocou...

- Michelle?

- Fala Marcelão meu filho!

- Tô te ligando pra te fazer um convite, mas tenho quase certeza de que você não vai aceitar. Tá meio em cima da hora.

- Manda aí...tô pronta pra dizer sim.

- O Paulo Ricardo vai cantar em um evento de moda...queria muito que você fosse, sei que é fã do som do cara.

- Oba! Marcelãaaao...claro eu vou.

 Fui...debaixo de chuva...na verdade um chuvisco, que de isco em isco deixa a gente molhado. Dá-lhe um lenção no pescoço, mesmo nesse nosso clima quase “Rio 40 graus”, afinal o Marcelão disse que o traje era “pop”. Que tumulto...quanta gente. Flash, correria, barulho...aquele sem qualquer sombra de dúvidas não era o meu ambiente. 

Avante...estava ali pra conhecer um cara que faz um som digamos da resistência, arranjos como poucos...cito aqui Roger (Ultrage à Rigor), Dinho (Capital Inicial), Bruno (Biquine Cavadão)...entre outros tantos, que mesmo com características um pouco diferentes (Humberto, Nasi, Nando, Arnaldo) soltam um ieieiê digno de silêncio.

Enquanto esperava lá fora...treinava alguma coisa pra falar, algo do tipo ‘Você é massa!” ou “A Cruz e A Espada, que música é essa?” ou “Porque esperou tanto para fazer o Acoust Live?” ou ainda “Cara, você foi um marco para a industria fonográfica brasileira.”...mas de repente quando olhei pra ele....Soltei um “Invejo meu pai que viveu todo o êxtase dos anos 80, quando você estava mais na ativa”.

Mais na ativa? Não acredito!

O fato é que, o que eu realmente queria dizer era que sentia inveja do meu velho pela época, pelas pessoas, pela relação dos jovem com a música e tudo que esta trazia nas suas linhas e entrelinhas, pela resposta na ponta da língua, o tesão escancarado pelas melodias e protestos, a visão que tinha-se dos artistas...artista digno de todo o nosso respeito, 

O que era para ser um evento de moda e boa música...se transformou em uma passarela para acenos, abraços, exposições da própria imagem. Alguns se levantavam, outros se colocavam em frente as luzes de palco...Marconi desfilava com seu balançar de mão e sorriso Monalisa, as lentes apontadas para o início do corredor pareciam querer captura a performance sempre contagiante do cantor, mas só parecia...de repente surgia vinda das cadeiras uma dondoca maravilhada com a presença da imprensa e das amigas e disposta a tudo para roubar a cena. Cena que Paulo entregou de mão beijada...não sei ao certo se pelo constrangimento ou pelo excesso de educação. 

Sabe-se lá!


Um comentário:

  1. assino embaixo em número , gênero , grau e educação....

    Isso ai michele o importante é que o Paulo é nosso amigo... aliás quando vais fazer aquela reportagem com ele, heim? me fala quando tiver pronta..

    bjs

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